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    Em sessão instável, Bolsa fecha em queda, com novas preocupações com Covid-19

    Pesaram temores sobre o tamanho do estrago nas empresas brasileiras, em razão das medidas de confinamento, bem como nas contas do país

    Em dia marcado pela instabilidade, a bolsa paulista terminou no campo negativo na tarde desta quinta-feira (7), pressionada por preocupações renovadas com os efeitos das medidas de combate à Covid-19 na economia brasileira.

    O Ibovespa, principal índice acionário da B3, terminou em baixa de 1,2%, a 78.118,57 pontos. O volume financeiro alcançou R$ 29,4 bilhões. Na semana, o desempenho está negativo em 2,97%.

    A cautela dos investidores ofuscou o impulso potencial da decisão do Copom de reduzir em 0,75 ponto percentual a taxa básica de juros, que agora opera em 3%. Na noite de ontem, o Banco Central (BC) ainda sinalizou a possibilidade de mais uma redução nos próximos meses, na tentativa e complementar os estímulos monetários.

    Pesaram temores sobre o tamanho do estrago nas empresas brasileiras, em razão das medidas de confinamento, bem como nas contas do país por causa das ajudas governamentais. 

    “Após a epidemia de Covid-19 a economia brasileira necessitará de um nível de afrouxamento monetário bem mais intenso do que o que vimos no passado recente. Além disso, como o país tem capacidade fiscal limitada, a política monetária se torna decisiva na retomada pós-epidemia”, avalia a equipe da Genial Investimentos. “Sob nossa projeção de taxa básica, teremos juro real ex-ante (12 meses à frente) ao redor de 1% em 2020, em média”, afirmaram em nota a clientes.

    Na quarta-feira (6), o Senado aprovou o projeto de auxílio a Estados e municípios, que segue à sanção presidencial, que prevê o repasse de R$ 60 bilhões aos entes federativos. O presidente Jair Bolsonaro, por sua vez, afirmou nesta quinta-feira que vai vetar parte do projeto. 

    O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou mais cedo que empresários alertaram o governo que, mantidas as medidas de contenção ao coronavírus, em 30 dias pode começar a faltar comida e produtos na prateleiras.

    “E aí você entra em um sistema não só de colapso econômico, mas de desorganização social”, afirmou na porta do Supremo Tribunal Federal (STF), onde participou ao lado de Bolsonaro e de uma comitiva de empresários de audiência de última hora com o presidente da corte, Dias Toffoli. 

    Para o analista Ilan Arbertman, da Ativa Investimentos, a declaração alinhada de Bolsonaro e Guedes repercutiu bem, mas não há discurso que tire o risco e a efervescência política do radar dos investidores, que segue penalizando ativos domésticos.

    “Tudo isso em um momento frágil da economia do país. Não dá para ignorar ‘termos’ como 10 milhões de empregos perdidos, colapso da economia. Tudo isso tem reforçado o entendimento no mercado de que a retomada da economia pode ser mais demorada do que se previa”, acrescentou.

    Nesta quinta-feira, Roberto Setubal, copresidente do conselho de administração do Itaú Unibanco, estimou que pode levar dois anos para que a economia tenha recuperação completa da crise do coronavírus. E acrescentou ser impossível salvar todas as empresas.  

    Importantes resultados corporativos também chamaram atenção dos investidores. Líder do setor, a Ambev anunciou que seu lucro despencou 56% no primeiro trimestre, mediante o impacto da pandemia nas vendas. O rendimento líquido do Banco do Brasil (BB) também recuou, embora menos, na casa dos 20%. Na agenda do dia, B2W, Lojas Americanas, Natura, Qualicorp e Yduqs também divulgam seus resultados.

    Lá fora

    No exterior, números sobre o comércio exterior chinês eram analisados, bem como a alta dos preços do petróleo, que se sobressaíam a mais dados mostrando que milhões de norte-americanos buscaram auxílio-desemprego na semana passada. Na China, as exportações em abril subiram 3,5% ante o ano anterior, registrando o primeiro dado positivo desde dezembro do ano passado. Em março as exportações haviam caído 6,6%.

    As ações europeias fecharam em alta, ajudada pelos dados da economia chinesa, enquanto um lote de balanços majoritariamente fortes também motivou o sentimento. O índice FTSEurofirst 300 subiu 1,05%, a 1.322 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 ganhou 1,09%, a 338 pontos, liderado por ganhos no varejo, recursos básicos e serviços financeiros.

    Em Wall Street, os índices avançaram, impulsionados por uma série de balanços otimistas de ganhos liderados pelo PayPal, com investidores dando menos atenção a novos dados fracos do emprego causados pela crise econômica. 

    O Dow Jones avançou 0,89%, para 23.875,89 pontos, o S&P 500 ganhou 1,15%, para 2.881,19 pontos, e o Nasdaq Composite valorizou 1,41%, para 8.979,66 pontos.

    *Com informações da Reuters

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