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    Depois de tocar 98 mil pontos, Ibovespa perde fôlego e zera ganhos do dia

    Índice de referência da bolsa de valores brasileira fechou em alta de 0,03%, a 96.234,96

    Depois de se aproximar dos 98 mil pontos no início da tarde, o Ibovespa anulou os ganhos nas últimas horas do pregão desta quinta-feira (2), e encerrou o dia perto da estabilidade. O índice de referência do mercado acionário brasileiro subiu 0,03% e fechou a 96.234,96 pontos. No melhor momento do dia, chegou a a 97.864 pontos, com avanço de 1,72%. 

    O pico veio após os Estados Unidos divulgarem dados fortes sobre o mercado de trabalho do país em junho.O EUA criaram 4,8 milhões de vagas de trabalho fora do setor agrícola no mês, mostrou um relatório mensal do Departamento do Trabalho, acima das expectativas de mercado e o maior salto desde que o governo começou a manter registros, em 1939.

    Notícias de que uma vacina está sendo testada com humanos pela Pfizer e pela BioNTech também injetou ânimo nos mercados externos. 

    Na visão do analista Rafael Ribeiro, da Clear Corretora, as explicações para a perda de fôlego podem vir do gráfico, com os 98 mil pontos servindo de importante barreira para o mercado desde o mês passado.

    Além disso, acrescentou, a equipe econômica revisou suas expectativas para o resultado fiscal do país este ano e prevê uma piora generalizada nas contas em razão dos esforços do governo para combater o coronavírus.

    Entre os indicadores domésticos, a produção industrial cresceu 7% em maio na comparação com abril. A alta, porém, foi insuficiente para reverter a queda acumulada de 26% registrada nos dois meses anteriores, reflexo da pandemia do novo coronavírus. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta manhã.

    Em revisão das projeções, o ministério da Economia agora estima que o déficit primário do setor público consolidado será de R$ 828,6 bilhões em 2020, equivalente a 12% do Produto Interno Bruto (PIB). No cálculo anterior a expectativa era de 9,9%.

    Na política, o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou novamente, por mais 30 dias, o inquérito que investiga as acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro de que o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir politicamente no comando da Polícia Federal, segundo decisão divulgada na noite da véspera.

    Já no âmbito corporativo, a XP Inc. precificou oferta secundária de 19,5 milhões de ações ordinárias classe A a US$ 42,50 por papel, que teve os acionistas General Atlantic e XP Controle como vendedores. Entre as montadoras, a Tesla se tornou a montadora com maior valor de mercado, ultrapassando a rival Toyota, conforme suas ações chegaram a subir mais de 5%, elevando o valor de mercado da empresa a US$ 209 bilhões.

    Destaques da B3

    Entre os destaques do dia, as ações do Itaú Unibanco (PN) subiram 1,72%, as preferenciais da Petrobras avançaram 1,61% e a Vale ganhou 1,7%.

    Na ponta oposta, a resseguradora IRB caiu 12,24%, ainda enfraquecida pelo anúncio de que fará um captação bilionária de recursos para repor provisões após as denúncias de uma fraude contábil.

    A Via Varejo cedeu 3,75%, seguida por B2W (-3,65%) e Magazine Luiza (-3,04%). Os três papéis figuraram entre as quatro maiores altas do Ibovespa no segundo trimestre, apoiados no aumento das compras online em meio medidas de restrições de circulação por causa do Covid-19.

    Lá fora

    Wall Street encerrou em alta, e o Nasdaq, índice que reúne companhias de tecnologia, atingiu uma máxima recorde de fechamento nesta quinta-feira, com alta de 0,55%, a 10.210,01 pontos. O índice Dow Jones subiu 0,38%, para 25.832,02 pontos, o S&P 500 ganhou 0,46%, para 3.130,09 pontos.

    Na zona do euro, as ações fecharam em uma máxima de uma semana, também impulsionadas pelos dados nos Estados Unidos.

    O índice FTSEurofirst 300 subiu 1,92%, a 1.436 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 ganhou 1,97%, a 368 pontos.

    Na China, as ações fecharam o dia em alta, com o índice de blue-chips no nível mais alto em dois anos e meio — impulsionado pela decisão de Pequim de gastar mais para impulsionar a economia. O CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, avançou 2,07%, no nível mais elevado desde 26 de janeiro de 2018. Já o índice de Xangai teve alta de 2,13%.

    *Com Reuters

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