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    Governo prevê apresentar projetos em Transportes a investidores na COP28 com sustentabilidade como trunfo

    Internamente, gestão alinha normas ambientais para colocar selo verde em seus empreendimentos e atrair investimentos; Cúpula do Clima ocorre entre 30 de novembro e 12 de dezembro, em Dubai

    Danilo Moliternoda CNN São Paulo

    A fim de atrair investimentos do Oriente Médio, o Ministério dos Transportes vai apresentar seu pacote de projetos na COP28, em Dubai. A pasta vê o evento, voltado às questões climáticas, como propício para o Brasil anunciar sua carteira, que contém empreendimentos de selo verde.

    A COP28 ocorre entre 30 de novembro e 12 de dezembro, nos Emirados Árabes Unidos. O evento tem como objetivo juntar líderes de diversos países e atores da sociedade civil para discutir formas de desacelerar as mudanças climáticas e amenizar os impactos já sentidos.

    Em entrevista à CNN, o secretário-executivo do Ministério, George Santoro, indicou a atração de capital estrangeiro como “fundamental” para alavancar os projetos que compõem o pacote da pasta. O governo recebeu neste ano, por exemplo, comitiva da Arábia Saudita para tratar de investimentos.

    “Temos uma necessidade de capital muito grande para alavancar estes projetos. O financiamento no Brasil, mesmo com o BNDES, tem taxas de juros bastante altas em relação à taxa de retorno dos projetos”, disse.

    “Se a gente consegue atrair capital de um fundo soberano como o da Arábia Saudita — tivemos essa conversa durante a visita da comitiva saudita ao Brasil —, acessamos um capital com taxa muito menor, que permite maior retorno ao projeto. Com isso, a gente alavanca projetos que não conseguiria só com os recursos brasileiros”, aponta.

    George Santoro destaca que os investidores estrangeiros buscam hoje projetos que obedeçam a “princípios de sustentabilidade”. Ele indica que o Ministério criou uma área específica para atuar com esta temática e construir diálogo com a área ambiental e povos originários.

    “O investidor estrangeiro em hipótese alguma entra em projeto em que há algum risco para as comunidades originárias ou que afete o ambiental de maneira importante”, diz.

    De acordo com o secretário, é inevitável que determinados projetos precisem de compensação ambiental e social. Santoro indica que a pasta vem tentando firmar uma parceria com a ONU Habitat, para endereçar essas questões.

    “Para atrair um fundo soberano, cheio de regras de compliance, ou algum fundo de previdência, com várias regras de sustentabilidade, preciso ter clareza de que minha política pública vai respeitar estes princípios. Não consigo lançar o edital sem deixar claro que aquele projeto seguiu trâmites legais e de sustentabilidade. Este capital tem muita preocupação com o risco de imagem com a alocação destes recursos”, indica.

    Veja também – Análise: O modelo de mercado de carbono aprovado no Senado

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