Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Após crise em bancos, americanos estão buscando liquidez, o que pode significar mais problemas em breve

    Desde que o Fed começou a aumentar as taxas de juros há um ano, a quantidade de dinheiro em fundos do mercado monetário aumentou cerca de US$ 400 bilhões

    Nicole Goodkindda CNN

    Após o colapso do Silicon Valley Bank e a subsequente crise bancária, o dinheiro é que domina. A turbulência infligida aos mercados financeiros fez com que os investidores cautelosos fugissem dos mercados voláteis e buscassem alternativas mais líquidas.

    Os fundos do mercado monetário, amplamente considerados uma das opções de investimento mais seguras e de menor risco, viram um influxo de dinheiro nas últimas semanas, à medida que os investidores buscam um terreno mais estável.

    Esses fundos investem em títulos de curto prazo, como títulos do governo, certificados de depósito — ou contas de poupança de prazo fixo — e dívida comercial. O objetivo de um fundo do mercado monetário é fornecer aos investidores uma opção de investimento relativamente estável que ofereça retornos mais elevados do que a poupança tradicional.

    Mas os mercados monetários também têm seus próprios riscos, especialmente quando experimentam uma grande onda de investidores de uma só vez.

    O que está acontecendo

    Desde que o Fed começou a aumentar as taxas de juros há um ano, a quantidade de dinheiro em fundos do mercado monetário aumentou cerca de US$ 400 bilhões. As entradas totalizaram mais de US$ 120 bilhões somente na semana passada, de acordo com a Apollo Global Management. Isso significa que um recorde de US$ 5 trilhões está sendo investido atualmente.

    A maior parte do dinheiro novo na semana passada veio de investidores institucionais, que colocaram cerca de US$ 101 bilhões nos fundos. Os investimentos de investidores de varejo totalizaram cerca de US$ 20 bilhões, de acordo com o Investment Company Institute.

    Ainda assim, os investidores de varejo podem acelerar o ritmo em breve. Economistas do Goldman Sachs escreveram em nota na quinta-feira que os americanos poderiam vender até US$ 1,1 trilhão em ações este ano e colocar esse dinheiro em crédito e ativos do mercado monetário.

    Refúgio não tão seguro

    Quanto mais dinheiro for investido nesses fundos, maior o risco de que o dinheiro também possa sair rapidamente, criando uma crise de liquidez no mercado monetário – onde os fundos podem não ter dinheiro suficiente para atender a essas resgates.

    Os fundos do mercado monetário estão profundamente interligados com o sistema financeiro mais amplo e muitas vezes enfrentam os mesmos riscos que os bancos.

    Eles normalmente investem em títulos com vencimentos de 90 dias ou menos, o que significa que são muito sensíveis a mudanças nas taxas de juros. Eles também investem pesadamente em dívida comercial – se houver uma recessão econômica significativa, os emissores podem deixar de cumprir suas obrigações.

    Colapsos recentes

    Os mercados monetários experimentaram um colapso pela última vez no pânico induzido pela pandemia de 2020, que exigiu que o Departamento do Tesouro dos EUA e o Federal Reserve interviessem para evitar uma rápida retirada desestabilizadora de dinheiro dos fundos.

    Fundos que não são bancos “podem pegar o estresse existente no sistema financeiro e amplificá-lo”, disse na época a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen.

    Regulamentos e atualizações foram sugeridos pelo Tesouro após a turbulência, mas as vulnerabilidades expostas durante o pânico ainda não foram abordadas. Novas propostas para aumentar a segurança do investidor devem ser divulgadas pela Comissão de Valores Mobiliários no próximo mês.

    A Federal Deposit Insurance Corporation, uma agência do governo dos Estados Unidos que assegura depósitos em bancos e associações de poupança, não assegura o dinheiro investido em fundos do mercado monetário. Esses fundos também não são garantidos pelo governo dos EUA.

    Os bancos continuam dependendo do Fed para fundos de emergência

    Os bancos tomaram menos empréstimos esta semana dos fundos de emergência do Federal Reserve do que na semana passada, mas não muito.

    O Federal Reserve emprestou às instituições financeiras um total de US$ 163,9 bilhões na semana até 22 de março, em comparação com US$ 164,8 bilhões na semana passada, segundo dados do Fed divulgados na quinta-feira.

    Mas, como parte desse total, os bancos tomaram US$ 53,7 bilhões emprestados – quase cinco vezes mais esta semana do que na semana passada – sob o recém-lançado Bank Term Funding Program do Fed.

    Os números elevados desta semana sinalizam que a turbulência ainda está se espalhando pelo sistema bancário. Essa turbulência levou alguns bancos a buscar acesso rápido a dinheiro para tornar os clientes inteiros ou aumentar a liquidez, que é o que os programas do banco central procuram fornecer.

    Antes do colapso bancário, esses números tinham uma média de cerca de US$ 10 bilhões por semana.

    Tópicos