Ações da Petrobras fecha com queda de 6,5% pressionadas pela revisão do estatuto
Petróleo Brent, referência para as companhias brasileiras, opera em queda no exterior
As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) fecharam com queda de 6,5% nesta segunda-feira (23), operando como a maior baixa do Ibovespa.
No mesmo dia, as ações ordinárias (PETR3) registou perda de 5,86%.
Os investidores digerem o anúncio publicado hoje pelo conselho de administração da companhia, que aprovou a revisão da “política de indicação de membros da alta administração e do conselho fiscal”.
O conselho de administração da estatal aprovou a apresentação de proposta de revisão em seu estatuto que visa eliminar determinadas restrições para a indicação de membros para a alta cúpula, no que poderá abrir caminho para a entrada de políticos na empresa, segundo duas fontes a par das discussões.
A proposta apresentada também inclui a criação de uma reserva de remuneração de capital, que teria como objetivo buscar um meio de reservar recursos que excedam os 45% do fluxo de caixa livre previstos na política para distribuição mínima de dividendos.
Essa parte excedente seria direcionada para investimentos e não mais para remunerar acionistas, segundo essas fontes.
A mudança continua condicionada à aprovação da revisão estatutária correspondente a este tema por assembleia geral extraordinária, a ser convocada oportunamente, mas a petroleira não deu mais detalhes sobre a medida.
A Petrobras ainda afirmou que entre os objetivos da revisão está “excluir vedações para a indicação de administradores previstas na Lei nº 13.303/2016 consideradas inconstitucionais por meio de Tutela Provisória Incidental na Ação Direta de Inconstitucionalidade 7.331-DF, em curso perante o Supremo Tribunal Federal“.
Além disso, os preços do petróleo caíram mais de 2% nesta segunda, à medida que os esforços diplomáticos no Oriente Médio se intensificaram na tentativa de conter o conflito entre Israel e o Hamas, aliviando as preocupações dos investidores sobre possíveis interrupções no fornecimento.
Os futuros do petróleo Brent caíram US$ 2,33, ou 2,5%, a US$ 89,83 o barril. Os futuros do petróleo West Texas Intermediate (WTI) dos EUA caíram US$ 2,59, ou 2,9%, para US$ 85,49 o barril.
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*Publicado por Iasmin Paiva e Diego Mendes, com informações de agência Reuters