A corrida de US$ 3 trilhões: Big Techs valem cada vez mais na bolsa dos EUA
Microsoft e Apple valem mais de US$ 2,5 trilhões cada e seguem se valorizando; junto de Alphabet, Amazon e Tesla, representam quase um 25% do valor de mercado do S&P 500
O “clube” das empresas avaliadas em mais de US$ 1 trilhão está começando a ficar lotado.
A Microsoft agora vale um pouquinho mais do que a Apple, tornando a gigante de software liderada por Satya Nadella a empresa mais valiosa do mundo. Ambas as empresas valem cerca de US$ 2,5 trilhões, cada.
A Alphabet, proprietária do Google, vale um pouco menos de US$ 2 trilhões, enquanto a Amazon está avaliada em US$ 1,7 trilhão. E não se esqueça da Tesla: a gigante dos carros elétricos de Elon Musk recentemente ultrapassou a marca de US$ 1 trilhão e, desde então, se valorizou e, atualmente, já vale mais de US$ 1,25 trilhão.
Essas cinco empresas, juntas, valem quase US$ 10 trilhões. Isso é quase um quarto do valor de mercado combinado de todo o S&P 500, avaliado em US$ 41,8 trilhões.
E o S&P 500 pode ter seis empresas valendo pelo menos US$ 1 trilhão ao mesmo tempo se a Meta Platforms, gigante da mídia social anteriormente conhecida como Facebook, continuar a se recuperar – agora, ela está avaliada em cerca de US$ 930 bilhões.
Mas, dada a força contínua da tecnologia, é totalmente possível que todas as seis empresas possam em breve valer cada uma pelo menos US$ 2 trilhões, se não mais. Afinal, a Microsoft e a Apple estão batendo à porta dos US$ 3 trilhões.
E outras companhias de tecnologias, como a líder de chips Nvidia e a chinesa Tencent, estão se aproximando da marca de um trilhão de dólares.
Cenário lembra bolha dos anos 2000
Parece quase incompreensível que tantas empresas valham tanto. Mas o crescimento dos lucros para muitas das principais empresas de tecnologia continua forte, e isso está empurrando os preços para cima.
Ainda assim, o apetite insaciável dos investidores por empresas de tecnologia de trilhões de dólares lembra alguns analistas de mercado da Nasdaq da década de 1990 e início de 2000 – e pode ser um sinal de alerta.
“A recuperação da Tesla lembra a recuperação das ações da Cisco em 2000, uma ação que marcou o topo da bolha naquele ano”, disse Mike O’Rourke, estrategista-chefe de mercado da JonesTrading, em um relatório este mês.
O’Rourke destacou que as ações da Cisco dispararam cerca de 50% nos primeiros três meses de 2000 e os analistas do Credit Suisse previram que a Cisco seria a primeira empresa de um trilhão de dólares do mundo.
Isso não aconteceu. A Cisco, que valia cerca de US$ 550 bilhões no auge da mania das ações de tecnologia há duas décadas, agora está avaliada em cerca de US$ 240 bilhões.
A Intel, outro líder em ações de tecnologia do final dos anos 90, tem lutado nos últimos anos e não está nem perto de seu pico de avaliação de 2000.
É a prova de que se tornar líder de mercado pode ser mais fácil do que permanecer líder de determinado segmento. Não há garantia de que empresas como Microsoft, Apple, Amazon, Alphabet e até mesmo Tesla permanecerão no topo.
Podem surgir empresas e tecnologias mais novas que podem fazer com que a lista das empresas mais valiosas do mundo seja muito diferente no início da década de 2040 em comparação com o que temos em 2021.
Todos os olhos na inflação
Os preços ao consumidor nos Estados Unidos dispararam, em grande parte por causa das restrições da cadeia de suprimentos e salários mais altos.
Os preços gerais subiram 5,4% em relação ao ano anterior, em setembro, quase a maior alta em 30 anos. Os aumentos de preços na mercearia e nas bombas de gasolina foram os principais culpados.
Mas mesmo o chamado índice básico de preços ao consumidor, que exclui os custos voláteis de alimentos e energia, subiu 4% nos últimos 12 meses.
Mais dados sobre a inflação serão divulgados na quarta-feira (10), quando o governo federal divulgar seu relatório do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de outubro. Os economistas estão prevendo um ligeiro aumento em relação aos níveis de setembro.
Com a inflação vindo para ficar – pelo menos por agora – o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, pareceu sugerir que o banco central dos EUA precisa encontrar uma palavra diferente de “transitória” para descrever preços mais altos.
“Transitório é uma palavra que as pessoas entendem de maneira diferente”, disse ele em uma entrevista coletiva depois que o Fed anunciou seus planos de redução de títulos.
Powell observou que alguns acham que isso significa vida curta, mas o Fed usa o termo para descrever algo que acredita não ser permanente ou persistente.
“Tornou-se uma palavra que atraiu muita atenção, mas talvez tenha se tornado uma distração”, acrescentou.
Powell também reconheceu que o aumento dos preços pode ser um entrave ao crescimento econômico futuro. Também atinge mais duramente as pessoas que vivem de salário em salário.
“Aceitamos a responsabilidade pela inflação no médio prazo”, disse ele. “O nível de inflação que temos agora não é compatível com a estabilidade de preços.”
O mercado estará olhando atentamente para os números do IPC para tentar ter uma noção se os preços mais altos impactam os gastos do consumidor pouco antes do feriado de Ação de Graças – e também em busca de pistas sobre o que os dados mais recentes de inflação podem significar para o ritmo de redução do Fed e eventuais aumentos de taxas em 2022.
(Texto traduzido; leia o original em inglês)