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    Investimento direto no Brasil soma US$ 7,5 bilhões em março, diz BC

    No acumulado de janeiro a março, o IDP soma US$ 24,133 bilhões

    No ano passado, os investimentos estrangeiros no país somaram US$ 46,4 bilhões, alta de 23% ante o ano anterior
    No ano passado, os investimentos estrangeiros no país somaram US$ 46,4 bilhões, alta de 23% ante o ano anterior Getty Images

    Anna Russida CNNJoão Pedro Malardo CNN Brasil Business

    em Brasília e em São Paulo

    O Investimento Direto no País (IDP) totalizou US$ 7,581 bilhões em março de 2022, alta de 8% ante o mesmo mês do ano passado.

    No acumulado de janeiro a março, o IDP soma US$ 24,133 bilhões.

    Após meses de atraso na publicação dos dados, por conta da greve dos servidores do Banco Central, os números da nota de Setor Externo foram divulgados nesta segunda-feira (25).

    Além do retorno de investimentos brasileiros no exterior, o IDP é formado por recursos da participação no capital e por empréstimos diretos concedidos a filiais de empresas multinacionais no país.

    No ano passado, os investimentos estrangeiros no país somaram US$ 46,4 bilhões, alta de 23% ante o ano anterior.

    Contas externas

    As contas externas do Brasil registraram déficit de US$ 2,763 bilhões em março. O valor é 46,6% melhor que os US$ 5,179 bilhões negativos registrados no mesmo mês do ano passado.

    No acumulado do primeiro trimestre, o déficit da conta corrente sobe para US$ 13,100 bilhões.

    A conta de transações correntes é formada pela balança comercial, pelos serviços adquiridos por brasileiros no exterior e pelas rendas, ou seja, remessas de juros, lucros e dividendos do país para o exterior.

    Repercussão no mercado

    Os dados divulgados nesta segunda-feira confirmam a solidez da posição externa do Brasil, que não deve ser alterada no futuro próximo, segundo Rodolfo Margato, economista da XP.

    Em relatório, ele afirma que “o superávit comercial de mercadorias continua a ter um papel preponderante” nos resultados das contas externas, apesar do déficit ter sido maior que esperado.

    “Vale destacar a forte expansão do valor das importações em relação ao primeiro semestre de 2022, em linha com o salto dos preços das commodities energéticas no período recente”, afirma.

    Já o investimento direto estrangeiro foi maior que o projetado pelo mercado, US$ 7,581 bilhões ante US$ 6,1 bilhões.

    Para a XP, “os déficits em conta corrente permanecem baixos, com boas fontes de financiamento”.

    A projeção atual é de um déficit em conta corrente de US$ 20,5 bilhões em 2022, “ainda significativamente melhor” que o déficit de US$ 65 bilhões em 2019. Para o investimento estrangeiro, a expectativa é de US$ 55 bilhões ao fim do ano, levemente abaixo do resultado de 2019, de US$ 69 bilhões.

    Em relatório, o banco Goldman Sachs destacou que o resultado das contas externas foi pior que o esperado pelo mercado, mas “significativamente” melhor que o dado de 2021.

    “A melhora em relação ao ano anterior foi impulsionada por uma balança comercial mais forte que foi parcialmente compensada por déficits mais amplos em serviços e pagamentos, com grande saída de remessas de lucros e dividendos”, diz.

    Entretanto, a expectativa é que “o saldo em conta corrente tenha se deteriorado no segundo trimestre em relação ao ano anterior devido, em parte, a um superávit mais brando da balança comercial”.

    A equipe do banco também avaliou que os investimentos diretos no país “surpreenderam positivamente”.

    “No geral, a dinâmica da conta corrente de curto prazo permanece benigna, dada a expectativa de moderação da demanda doméstica, termos de troca ainda robustos e uma taxa de câmbio efetiva real competitiva, que devem mitigar a desaceleração da demanda externa. No entanto, além de dinâmicas cíclicas favoráveis, um profundo ajuste fiscal para reduzir a poupança altamente negativa do setor público continua sendo fundamental para permitir um ajuste estrutural permanente da conta corrente”, destaca o relatório.

    Segundo a Genial Investimentos, “o aumento do risco fiscal em conjunto com a proximidade de uma eleição polarizada pode retardar a recuperação desse indicador [investimento direto] que é sensível à confiança de médio/longo prazo”.

    “As discussões em torno da manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600 e questionamentos sobre o teto de gastos aumentam incertezas em relação à sustentabilidade fiscal e afetam a trajetória da dívida pública, tornando agentes mais receosos em relação aos investimentos”, acrescentou em relatório.