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    Investidores mostram preocupação com situação fiscal de agosto e setembro

    O tom de cautela se mantém apesar do envio da reforma administrativa, diz coordenador-geral de operações da dívida pública, Luís Felipe Vital

    Ministério da Economia: dívida pública avançou 1,56%, alcançando os R$ 4,412 trilhões em agosto
    Ministério da Economia: dívida pública avançou 1,56%, alcançando os R$ 4,412 trilhões em agosto Foto: Hoana Gonçalves/Ministério da Economia

    Anna Russi e Cecília Gelenske,

    CNN Brasil Business, em São Paulo

    Como consequência de um cenário menos favorável no mercado doméstico em agosto, os investidores de títulos públicos no Brasil se mostraram mais cautelosos e preocupados com a situação fiscal do país, disse o coordenador-geral de operações da dívida pública, Luís Felipe Vital.

    “Vimos a curva de juros, mais uma vez, subir. Isso resultou em investidores mostrando mais preocupações com relação ao cenário fiscal ao longo do mês de agosto”, disse. A curva de juros representa a demanda de retornos dos investidores na compra dos títulos. Ou seja, se a curva de juros sobe, significa que os investidores estão exigindo um retorno maior para comprar papéis do Tesouro. 

    Segundo Vital, em setembro, o mercado doméstico continua com preocupações fiscais, apesar das notícias positivas, como o envio da reforma administrativa. “Segue um tom de cautela, que reflete em alta de juros. Então, mais uma vez a curva de juros ganhou inclinação”, afirmou, durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira (28) para comentar o resultado da Dívida Pública, que avançou 1,56%, alcançando os R$ 4,412 trilhões em agosto.

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    Por outro lado, na avaliação do coordenador, o mês de agosto, tradicionalmente de menor liquidez, registrou um cenário positivo para o mercado externo.  

    De acordo com ele, foi o mês no qual os mercados acionários renovaram as máximas. “A gente teve altas expressivas, puxadas principalmente por ações de tecnologia”, ressaltou Vital. Ele também citou os noticiários positivos em relação aos avanços da vacina da Covid-19. “Isso se reflete na percepção de risco dos agentes e, naturalmente, melhora a percepção de risco de emergentes”, explicou. 

    Em setembro, Vital destacou a correção no mercado externo. “No sentido de uma realização: os mercados internacionais que estavam vindo de alta sucessivas nos meses anteriores, registraram queda nas bolsas, puxadas por tecnologia. Teve ainda o risco de uma segunda onda de Covid na Europa, que acabou mexendo com a percepção de aversão a risco dos investidores”, comentou.  

    Liquidez confortável para 2021

    Vital ainda reforçou que o Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2021 prevê um maior estoque na Dívida Pública. “Essa emisssão maior visa que a gente chegue ao final de 2020 com nível de caixa suficientemente confortável para o primeiro quadrimestre de 2021. Então, é parte de um trabalho que já vem sendo feito desde agora para termos emissão em nível que garantam colchão de liquidez razoável e suficiente para enfrentar o primeiro trimestre de 2021”, esclareceu. 

    Ele afirmou que o Tesouro segue com um colchão superior a três meses. “A expectativa é que se mantenha acima do nível de três meses.”

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