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    Inflação seria de 10% em ano eleitoral se BC não tivesse elevado Selic, diz Campos Neto

    Presidente do BC disse, durante audiência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que autoridade teve autonomia para atuar mesmo durante período de eleições

    Samantha Kleinda CNN , em Brasília

    O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defendeu a atuação da autoridade monetária nesta terça-feira (25), afirmando que critérios técnicos prevalecem em relação a políticos nas decisões sobre a taxa de juros.

    A fala foi durante audiência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Campos Neto disse que, mesmo em período de eleições, o BC teve autonomia para atuar.

    “Nunca na história deste país foi feito um movimento de elevação da taxa de juros em um período eleitoral. Isso mostra que o Banco Central entendeu que a inflação ia subir. Se isso não tivesse sido feito, a inflação teria sido de 10% e não de 5%, estaríamos no caminho da Argentina. O Banco Central atuou de forma autônoma”, ressaltou.

    A inflação oficial foi de 5,8% em 2022.

    No caso dessa elevação inflacionária, de acordo com Campos Neto, atualmente, a taxa Selic já estaria em 18,75% para controlar o aumento da inflação em 2023.

    A audiência foi convocada por parlamentares para que Campos Neto prestasse esclarecimentos acerca do cenário econômico que determina a manutenção da Selic no patamar de 13,75%. A trajetória de aumento começou em meados de 2022.

    A oitiva ocorreu uma semana antes da reunião do Comitê de Política Econômica (Copom), que definirá se mantém ou altera a Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira.

    O presidente da autoridade monetária evitou dar prazo para o início da redução da Selic. No Lide, evento empresarial em Londres na semana passada, Campos Neto já havia dito que o “timing técnico é diferente do político” e reiterou na audiência.

    No entanto, disse que a trajetória está no caminho certo e ele é “apenas um entre nove votos” do Copom.

    Críticas de Lula

    Os esclarecimentos de Campos Neto ocorrem após reiteradas críticas que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem fazendo à taxa de juros elevada. Em Portugal, nesta segunda (24), ao se dirigir ao primeiro-ministro António Costa, Lula disse que “nossa taxa de juros é muito alta. Ninguém toma dinheiro emprestado a 13,75%”.

    A definição da Selic leva em conta o regime de metas de inflação, contribuindo para a credibilidade da projeção. No momento em que o processo inflacionário aumenta, o BC eleva a taxa de juros a fim de controlar o consumo.

    Em caso de trajetória de redução da inflação, a autoridade monetária pode decidir pela diminuição da taxa.

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