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    Inflação pesou mais para as famílias de maior renda em maio, aponta Ipea

    No acumulado de 12 meses, no entanto, as de menor renda tiveram maior pressão inflacionária que as de rendimento mais alto

    Os dados são relativos a maio deste ano, em comparação com o mesmo mês do ano passado
    Os dados são relativos a maio deste ano, em comparação com o mesmo mês do ano passado José Cruz/Agência Brasil

    Nathalie Hanna Alpacada CNN* Rio de Janeiro

    A inflação entre as famílias de maior renda (mais de R$ 17 mil) teve variação de 0,93%, enquanto, entre as de renda mais baixa (menor que R$1.726), a oscilação foi de 0,29%. É o que revela o indicador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado nesta terça-feira (14). Os dados são relativos a maio deste ano, em comparação com o mesmo mês do ano passado.

    Segundo o levantamento do instituto, os principais responsáveis pela pressão inflacionária do mês de maio foram os transportes, alimentos e bebidas, saúde e cuidados pessoais. Em relação ao subgrupo transportes, o estudo publicado pelo Ipea indica que o reajuste de 18,3% nas passagens aéreas impactou a inflação do segmento de renda mais alta, além da alta de 1% dos combustíveis.

    De acordo com o economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Fábio Bentes, os itens que mais contribuíram para o aumento da inflação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio foram os produtos que tendem a ter uma participação maior no gasto das famílias com renda mais alta.

    “O campeão em termos de contribuição para o IPCA foram as passagens aéreas, seguido pela gasolina. A taxa de água e esgoto, emplacamento e licença. Os quatro itens que mais contribuíram para o IPCA de maio, foram itens consumidos por quem tem uma renda mais alta. Contrasta com outros meses desse ano no qual a contribuição para a elevação dos itens de preços se deu por gás de botijão, determinados alimentos como, leite e a batata. Essa contribuição de que maio pesou mais para quem ganha mais, é basicamente um fator pontual”, diz.

    No caso dos alimentos, a pesquisa mostra que a alta foi realizada entre os farináceos (3,2%), leite e derivados (3,4%), panificados (1,8%) e aves e ovos (1,7%). Além do reajuste de 2,5% dos medicamentos, esses aumentos, de acordo com o Ipea, tiveram um peso maior entre as famílias de menor renda, devido à sua importância na cesta de consumo desse segmento. Entretanto, a queda de 8% no preço da energia em maio, por conta da bandeira verde, aliviou a inflação para as famílias mais pobres.

    A inflação do segmento de renda muito baixa, segundo a entidade, diminuiu, passando de 0,92% em maio de 2021 para 0,29% no mesmo mês de 2022. Já entre os domicílios de renda mais alta, a taxa apurada avançou de 0,50% para 0,93% no mesmo período, conforme indica o Ipea.

    Inflação pesou mais para os de baixa renda no acumulado de 12 meses

    Com exceção das famílias de renda alta, a variação acumulada em 12 meses, até maio, recuou para todas as demais faixas de renda. Em termos absolutos, a maior taxa se encontra na classe de renda muito baixa (12%), enquanto a menor é verificada no segmento de renda média-alta (11,2%).

    *Sob supervisão de Helena Vieira