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    Inflação no longo prazo segue persistente, com expectativas acima da meta, diz Campos Neto

    Para o presidente do Banco Central, debate sobre eventuais mudanças nas metas de inflação geram este efeito

    Pedro Zanattada CNN , em São Paulo

    O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, avaliou que as expectativas de inflação para o longo prazo “colaram” em 4% e estão persistentes. Segundo ele, a permanência dessas expectativas para 2025 e 2026 em 4%, longe do centro da meta de 3%, deve-se principalmente à três componentes.

    O primeiro, a incerteza sobre a meta de inflação, com “debate do governo”. Em segundo lugar estariam os ruídos entre governo e BC, que levam à incertezas sobre o cumprimento dos objetivos pela autoridade monetária.

    Por fim, estariam possíveis efeitos relacionados à questão fiscal do país e controle das contas públicas. Sem citar o novo marco fiscal, deve começar a ser votado ainda nesta semana, o presidente do BC afirmou que a questão fiscal “já está endereçada.

    “O componente da meta [de inflação] é predominante hoje. (…) Mas já há elementos para ver expectativas de inflação caindo”, avaliou. As declarações foram feitas nesta segunda-feira (22) durante seminário realizado pelo jornal Folha de S.Paulo.

     

    No Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (22), os economistas ouvidos pelo Banco Central (BC) reduziram a estimativa de inflação em 2023 para 5,8%, a primeira redução abaixo do patamar de 6% desde o início de abril e primeira diminuição na trajetória de alta desde o final de março.

    Na semana passada, a projeção era de o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado o índice oficial para medir a inflação do país – fechar em 6,03% ao fim de 2023.

    Para 2024, há nova previsão de diminuição do índice que mede o processo inflacionário: de 4,15%, registrado há uma semana, para 4,13%. Já para os anos de 2025 e 2026, as estimativas foram mantidas em 4%.

    Segundo Campos Neto, a inflação brasileira atualmente se situa abaixo da média mundial. “Não que a inflação brasileira esteja dentro da meta, mas a inflação global subiu muito”, disse, completando que o atual núcleo de inflação, em 7,5% em termos anualizados, ainda está muito acima da meta.

    Questionado sobre o debate em torno das metas de inflação e eventuais mudanças, Campos Neto disse que fazer alterações no atual regime quando “há muito questionamento” tende a gerar efeitos negativos, uma vez que medidas assim podem ser interpretadas pelo setor financeiro como um movimento que visa ganhar flexibilidade.

    Ao comentar sobre os dados macroeconômicos brasileiros que têm sido divulgados, o presidente do BC elogiou os números.

    “De forma geral, os números macroeconômicos tem surpreendido para melhor. Temos revisões de crescimento no Brasil para cima. Entendemos que esse processo de revisão de crescimento para cima tende a continuar um pouco no curto prazo. Acreditamos que deve se estabilizar em torno de 1,5% de crescimento”, disse.

    *Com informações da Estadão Conteúdo.

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