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    Inflação desacelera em novembro, mas ainda pesa mais para baixa renda, diz Ipea

    Levantamento do Ipea mostra que queda foi provocada pela redução nos preços alimentos e bebidas, no entanto, alta da gasolina (7,4%) e do etanol (10,5%) impediram que o índice fosse mais positivo

    Apesar dos melhores resultados para a população mais pobre em novembro, o cenário anual ainda mostra um prejuízo superior para esse grupo.
    Apesar dos melhores resultados para a população mais pobre em novembro, o cenário anual ainda mostra um prejuízo superior para esse grupo. Marcello Casal Jr./Agência Brasil

    Lucas Janoneda CNN

    no Rio de Janeiro

    O Indicador de Inflação por Faixa de Renda, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), aponta que a taxa de inflação no Brasil desacelerou para todas as faixas de renda durante o mês de novembro. O levantamento foi divulgado nesta quarta-feira (15).

    O índice mostra que a desaceleração do indicador foi mais significativa para a população mais pobre do país, com renda de até R$ 1808,79. Para esse grupo, o índice sofreu deflação de 1,35% em outubro para 0,65% em novembro.

    A menor taxa de inflação para as pessoas de baixa renda no mês, segundo o Ipea, está relacionada à melhora no comportamento dos grupos de alimentos e de bebidas, com destaque para a redução do preço dos cereais (-3,2%), carnes (-1,4%) e leite e derivados (-1,5%).

    De acordo com o levantamento, o segundo segmento que mais contribuiu para a queda da inflação no grupo de menor renda no país foi o de artigos de higiene pessoal, que sofreu deflação de 3% em novembro.

    Já para o grupo com maior poder aquisitivo, com renda mensal superior a R$ 4.506,47, o índice ficou estável em novembro e se manteve em 1,10% no mês. Para esse grupo, o alívio no bolso se deu, principalmente, pelo arrefecimento no preço de 6,1% das passagens aéreas e de 1,8% do aluguel de veículos.

    Entretanto, a alta no preço da gasolina (7,4%) e do etanol (10,5%) não deixaram que a queda inflacionária fosse tão animadora.

    “O grupo alimentação sempre vai pesar mais para as famílias de menor renda. Por isso, quando o preço dos alimentos sofre uma queda, isso impacta diretamente nesse grupo”, disse o economista da Fundação Getúlio Vargas (IBGE), André Braz.

    “As pessoas com maior poder aquisitivo gastam com outras coisas, como entretenimento, por exemplo, e com isso, os alimentos representam uma parcela menor do consumo mensal.”

    Apesar dos melhores resultados para a população mais pobre em novembro, o cenário anual ainda mostra
    um prejuízo superior para esse grupo.

    Segundo o Ipea, nos últimos doze meses, as famílias de renda muito baixa registraram uma alta inflacionária de 11,0%, superior ao registrado no segmento de renda mais elevada, que apresentou um indicador de 9,7%.