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    Inflação de Serviços segue em desaceleração e segura resultado do IPCA de agosto, aponta Inter

    Analistas afirmam que alta de 0,23% do IPCA veio abaixo do esperado pelo mercado, que era de 0,28%

    Inflação de serviços cheia foi de apenas 0,08%, reflexo, em parte, do forte recuo nas passagens aéreas, que registrou queda de 11,7%
    Inflação de serviços cheia foi de apenas 0,08%, reflexo, em parte, do forte recuo nas passagens aéreas, que registrou queda de 11,7% Jairo Nascimento/CNN

    Diego Mendesda CNN

    São Paulo

    O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de agosto divulgado pelo IBGE nesta terça-feira (12) revelou inflação abaixo do esperado pelo mercado, com destaque para o setor de serviços, avalia o Inter em relatório. O documento destaca que as medidas de inflação de serviços deram continuidade à tendência de queda no setor.

    O índice registrado em agosto foi de alta de 0,23%, enquanto o esperado era alta de 0,28%.

    A inflação de serviços cheia foi de 0,08% e, de acordo com o Inter, é reflexo, em parte, do forte recuo nas passagens aéreas, que registrou queda de 11,7%.

    “Como esse item é bastante volátil, também calculamos a inflação de serviços sem esse item, e nela observamos aceleração de 0,17% em julho para 0,29% em agosto, ainda em patamar baixo”, pontuou Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter.

     

    Segundo a análise, o bom comportamento da inflação de serviços é reforçado pela tendência de queda na inflação dos serviços subjacentes, que estão entre os principais componentes considerados pelo Banco Central para decisão sobre juros.

    Em agosto, este grupo avançou 0,14%, abaixo dos 0,2% observados em julho, registrando o terceiro mês consecutivo de desaceleração.

    Por outro lado, o destaque negativo ficou com os itens administrados, que avançaram 1,26% em agosto. Vitória explica que estes itens tiveram esse resultado por serem administrados pelo poder público, que tem atuado de maneira anticíclica.

    “Após ter rodado por diversos meses abaixo dos itens livres, estamos vendo a recomposição nos preços desses bens e serviços, em boa parte devido à volta da tributação, em um momento em que a dinâmica inflacionária permite.”

    Inflação geral

    Conforme pontuou o documento do Inter, a aceleração em relação a julho reflete principalmente a alta de 1,11% do grupo de Habitação, que teve impacto de 0,17 ponto percentual no índice cheio.

    “Esta alta era esperada devido ao fim do bônus Itaipu ocorrido em julho, que gerou um desconto na energia elétrica residencial. Destacam-se, também, as altas em Saúde e
    cuidados pessoais e Transportes, de 0,58% e 0,34%, respectivamente. Por outro lado, o grupo de Alimentação e bebidas recuou pelo terceiro mês consecutivo, com queda de 0,85% e retirando 0,18 p.p do índice cheio, puxado pela variação de -1,26% na alimentação no domicílio.”

    Com o resultado de agosto, o acumulado nos últimos 12 meses mantém a aceleração, indo de 3,99% para 4,61%. Vitória comentou que essa aceleração era esperada e fruto do efeito base, pois em agosto de 2022 houve deflação de 0,36%.

    “Apesar disso, o qualitativo continua bastante positivo. A média dos núcleos ficou em 0,27%, e a média móvel dos últimos 3 meses recuou para 0,22%, indicando
    continuidade da tendência de queda. O mesmo movimento se observa no acumulado dos últimos 12 meses, que recuou de 5,6% para 5,2%, mantendo tendência de queda observada nos últimos meses.”

    Por fim, destaca o índice de difusão, que calcula o percentual de bens e serviços que apresentaram alta de preços durante o mês. “Em agosto avançou para 53%, mas ainda em patamar historicamente baixo.”

    Veja também: IPCA sobe 0,23% em agosto, diz IBGE

    De olho nos juros

    De modo geral, a análise enfatiza que o resultado de agosto foi positivo. Mesmo com a piora, na margem, de alguns indicadores, não há motivos questionar o
    atual processo de desinflação.

    “A dinâmica é consistente com o guidance fornecido pelo Copom de cortes de 0,5 ponto percentual na Selic nas próximas reuniões, apesar da deterioração no cenário
    externo. Há de se reforçar, também, que a dinâmica inflacionária tem se mantido benigna mesmo com as altas recentes nos combustíveis.”

    Para a economista, se a atual tendência persistir, há condições para cortes mais intensos na Selic até o fim do ano, com a chance de uma redução de 0,75 ponto percentual, podendo ser novamente precificados pelo mercado.