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    Inflação da indústria desacelera a 1% em junho, destaca IBGE

    Índice de Preços ao Produtor mensura variações de preços das indústrias extrativas e de transformação na porta das fábricas de 23 setores

    O dado representa uma desaceleração, quando comparado à alta de 1,81% em maio
    O dado representa uma desaceleração, quando comparado à alta de 1,81% em maio China Daily/REUTERS

    Stéfano Sallesda CNN

    no Rio de Janeiro

    Aferido mensalmente pelo IBGE, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) apresentou alta de 1% em julho, em relação a maio deste ano.

    O indicador mensura as variações de preços das indústrias extrativas e de transformação na porta das fábricas, de 23 setores, sem contar despesas como impostos e fretes, e funciona como uma espécie de inflação da indústria.

    O resultado foi divulgado nesta quinta-feira (28), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    O dado representa uma desaceleração, quando comparado à alta de 1,81% em maio.

    Os pesquisadores analisam três grandes categorias econômicas: bens de capital, bens intermediários e bens de consumo, em suas três variações (duráveis, semiduráveis e não duráveis).

    A alta de 1% é a segunda maior registrada para junho desde o início da série histórica, em 2014.

    Com o resultado, no acumulado do ano, o IPP apresenta alta de 10,12% em 2022.

    O nível é superior ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mensura a inflação oficial do país no mesmo período: 5,49%.

    No acumulado de 12 meses, o IPP apresenta alta de 18,78%. O IPCA do mesmo período é de 11,89%. Os dois indicadores são produzidos pelo mesmo instituto.

    As quatro maiores variações registradas pelo IPP foram em refino de petróleo e biocombustíveis (4,05%), impressão (3,97%), alimentos (1,99%) e indústrias extrativas (-2,89%).

    Em relação à influência no resultado, o refino de petróleo e biocombustíveis contribuiu com 0,52 ponto percentual, seguido por alimentos (0,46 p.p) indústrias extrativas (-0,17 p.p) e metalurgia (0,10 p.p).

    O refino responde ainda pelas maiores inflações setoriais acumuladas percebidas pelo IPP: 31,48% em 2022 e 59,69% nos últimos 12 meses.

    De acordo com o IBGE, o dado está atrelado aos custos dos derivados de petróleo, como explica Murilo Alvim, analista do IBGE responsável pela pesquisa.

    “Ocorre, em parte, por conta dos maiores preços do petróleo bruto, com demanda global aquecida desde meados de 2021, mas que não está sendo acompanhada por um crescimento da oferta. Fatores como a guerra entre a Rússia e Ucrânia acabam limitando ainda mais essa oferta mundial”, diz Alvim.

    O especialista destaca também a alta dos preços dos alimentos, puxada pelo leite e por seus derivados.

    “O grupo de laticínios mostra uma variação de 14,91% no mês, sendo esse o maior resultado em toda a série nesse indicador. E essa alta é consequência do início do período de entressafra do leite, que acabou limitando uma oferta que já estava escassa devido a questões climáticas, como a seca em diversas regiões do país, e por maiores custos de produção”, conclui.

    Os bens intermediários, insumos comprados de uma empresa por outra para o processo de produção, foram responsáveis por 0,62 p.p da variação de 1%.

    Os bens de consumo, demandados por indivíduos e pelas famílias, participaram do resultado com 0,32 p.p. Já os bens de capital, como equipamentos e infraestrutura, respondem por 0,07 p.p.