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    Índice de Sustentabilidade da B3 forma 1ª carteira do ano com quase 70 empresas

    Além do aumento no número de empresas - 22 a mais que na edição anterior - nova também tem mais diversidade de setores

    Recorde de empresas que agora fazem parte do ISE B3 demonstra maior preocupação com questões de sustentabilidade e práticas de governança corporativa
    Recorde de empresas que agora fazem parte do ISE B3 demonstra maior preocupação com questões de sustentabilidade e práticas de governança corporativa Freepik

    Letícia Naomeda CNN*

    em São Paulo

    A B3 lançou sua primeira carteira de 2023 do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), a 18ª, que reúne 69 empresas, um recorde para o índice.

    Além do aumento no número de empresas – 22 a mais que a 17ª edição – essa última também tem mais diversidade de setores que a anterior, são 37 contra 27.

    “Com 47 empresas e menos setores, o índice estava mais concentrado. Agora com 69, é positivo, pois há uma maior diversificação dos setores. Isso ajuda a equilibrar melhor o índice”, avalia Marcella Ungaretti, head de Research ESG na XP Investimentos.

    De acordo com especialistas, o recorde de empresas que agora fazem parte do ISE B3 demonstra maior preocupação com questões de sustentabilidade e práticas de governança corporativa, pilares do ESG (sigla do inglês que significa Ambiental, Social e de Governança Corporativa).

    Para Fabricio Soler, advogado ambientalista e professor de pós-graduação em Direito Ambiental e Gestão Estratégica da Sustentabilidade da PUC-SP, esses valores estão “em alinhamento às políticas de mitigação e adaptação das mudanças climáticas adotadas mundialmente.”

    É também um sinal de que há um amadurecimento das empresas com a consolidação do ESG e seus critérios passam a ser considerados “na avaliação de riscos, oportunidades e respectivos impactos, com objetivo de nortear atividades, negócios e investimentos sustentáveis”, explica.

    As discussões trazidas pela COP27 – Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas realizada em novembro, no Egito – também impulsionam a adoção da agenda ESG e a participação no ISE B3, na opinião do professor. “A COP27 trouxe discussões relevantes ao mercado, além de reiterar o compromisso firmado anteriormente de buscar limitar o aumento de temperatura global em 1.5°C.”

    Soler destaca ainda que a Conferência do clima convocou bancos multilaterais e instituições financeiras para simplificar o acesso e promover o financiamento climático aos países em desenvolvimento.

    Critérios

    Para participar do Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3, as companhias devem obrigatoriamente atender a critérios relacionados às práticas empresariais ESG.

    Com o interesse em participar da ISE B3, a nota ESG da companhia é divulgada ao mercado, conforme explica Marcella Ungaretti. A partir daí, a B3 verifica quais podem entrar no índice ou não.

    Cesar Sanches, superintendente de Sustentabilidade da B3, elenca quais são os critérios para participar da ISE B3:

    • Estar entre as 200 primeiras no Índice de Negociabilidade (IN), que mede o volume negociado por um ativo na bolsa, no período de vigência das três carteiras anteriores do índice;
    • Ter presença em pregão de 50% nesse mesmo período;
    • Não ser classificada como “penny stock”. Isso significa que ações negociadas por valor abaixo de R$ 1,00 não estão elegíveis para entrar no índice.

    Sanches destaca que, com base nesses critérios, as companhias elegíveis são convidadas para o processo, mas a participação é voluntária e gratuita.

    Na composição da 18ª carteira, 83 empresas que se inscreveram estavam elegíveis, mas, após o processo seletivo, 70 foram aprovadas, incluindo as 47 que já faziam parte das carteiras formadas em 2022.

    A Americanas também fazia parte do indicador. Porém, após o pedido de recuperação judicial, em janeiro, a empresa saiu do índice, que agora totaliza 69 empresas.

    Sanches explica que a B3 aprimorou a metodologia de avaliação das empresas em 2021. “A atual metodologia tornou o índice mais simples e transparente para os investidores. O processo também ficou mais objetivo para as empresas, e os questionamentos estão mais próximos ao que o mercado está habituado a reportar, considerando a sinergia com os padrões internacionais”. 

    Marcella, da XP, ressalta que não significa que as empresas que fazem parte do ISE B3 estão no pleno estado ESG. “A agenda ESG é uma jornada. As empresas precisam melhorar essa abordagem a longo prazo”.

    Veja as empresas que fazem parte da 18º carteira do ISE B3

    A carteira do ISE B3, válida para o período entre janeiro e abril de 2023, é composta pelas seguintes empresas:

    • Aeris;
    • AES Brasil Energia;
    • Aliansce Sonae;
    • Ambev;
    • Ambipar;
    • Arezzo, Azul;
    • B3 S.A.;
    • Banco do Brasil;
    • Banco Pan;
    • Bradesco;
    • Braskem;
    • BRF, BTG Pactual;
    • CCR;
    • Cemig;
    • Cia Brasileira de Alumínio;
    • Cia Brasileira de Distribuição;
    • Cielo;
    • Cogna Educação;
    • Copel;
    • Cosan;
    • CPFL;
    • CTEEP;
    • Dexco;
    • Diagnósticos da América;
    • Ecorodovias;
    • EDP;
    • Eletrobrás;
    • Eneva;
    • Engie;
    • Fleury;
    • Gafisa;
    • Grendene;
    • Guararapes;
    • Hypera;
    • Iochpe Maxion;
    • Irani Papel e Embalagem;
    • Itaú Unibanco;
    • Itausa;
    • Klabin;
    • Light;
    • Lojas Renner;
    • M. Dias Branco;
    • Magazine Luiza;
    • Marfrig;
    • Minerva;
    • Movida;
    • MRV;
    • Natura;
    • Neoenergia;
    • Raia Drogasil;
    • Raízen;
    • Rede D’or, Rumo;
    • Sanepar;
    • Santander;
    • Santos Brasil;
    • Sendas;
    • Simpar;
    • SLC Agrícola;
    • Suzano;
    • Telefônica;
    • Tim;
    • Usiminas;
    • Vamos S.A.;
    • Via;
    • Vibra;
    • Weg.

    *Sob supervisão de Ana Carolina Nunes