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    Indicadores de São Paulo justificam cautela na abertura de bares e restaurantes

    Indicadores técnicos estão no limite: para migrar para a fase 'amarela', a região precisa ter ocupação de UTI abaixo de 70% - e a capital está em 69,4%

    Esquina no bairro boêmio da Vila Madalena, em São Paulo (30.abr.2020)
    Esquina no bairro boêmio da Vila Madalena, em São Paulo (30.abr.2020) Foto: CNN Brasil

    Raquel Landimda CNN

    Os indicadores de ocupação de UTIs e de número de óbitos provocados pelo coronavírus no município de São Paulo são a principal justificativa para a cautela do governo do estado, que postergou por mais uma semana a abertura de bares e restaurantes na cidade.

    A capital paulista atingiu os critérios para avançar para a fase “amarela” do plano de retomada da economia, que permite que bares, restaurantes e salões de beleza voltem a funcionar e que amplia o horário de atendimento do comércio.

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    Os indicadores técnicos, contudo, estão no limite. Para migrar para a fase “amarela”, a região precisa ter uma ocupação de leitos de UTI abaixo de 70% – o percentual da capital está em 69,4%.

    Nos hospitais municipais, a taxa de ocupação é de 57%, mas a lotação dos hospitais estaduais localizados na capital, como Hospital das Clínicas ou Instituto Emílio Ribas, puxa a média para cima.

    Outro índice que vem registrando evolução positiva, mas ainda está no limite, é a variação de óbitos. A fim de migrar para fase “amarela”, a razão entre as mortes registradas nos últimos sete dias em relação aos sete dias anteriores tem que ficar abaixo de 1.

    Isso é necessário porque sinaliza que o ritmo de óbitos está diminuindo. Na capital paulista, esse indicador estava em 0,98 nesta sexta-feira, abaixo do 1,1 registrado na média do estado. No interior, a doença está avançando.

    Segundo Mauro Vinholi, secretário do Desenvolvimento Regional do Estado de São Paulo, os indicadores da capital entraram no patamar da fase “amarela” nos últimos dias, mas, dada a importância da abertura de bares e restaurantes, o centro de contingência entendeu que seria melhor aguardar mais um pouco.

    Por isso, os indicadores vão ser monitorados durante a próxima semana e, se continuarem nos patamares requisitados para a fase “amarela”, o avanço na reabertura será autorizado. O objetivo é evitar o que vem acontecendo no interior, que é obrigado a retroceder pelo avanço da doença.

    Outro tema que provoca polêmica é o protocolo de abertura de bares e restaurantes. O governo estadual gostaria que apenas áreas externas funcionassem, mas o prefeito Bruno Covas deseja liberar todos os espaços com circulação de ar natural.

    O setor de bares e restaurantes ficou bastante decepcionado com o adiamento da abertura, pois o prefeito vinha sinalizando com a possibilidade de os estabelecimentos voltarem a funcionar nesta próxima segunda-feira.

    “O que mais preocupa é que São Paulo continua com um comportamento errático”, diz Paulo Solmucci, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). Ele afirma que os estabelecimentos já estavam se preparando para a abertura nesta segunda e gastaram dinheiro com treinamento de funcionários e compra de material.