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    Indicado por Lira para presidir Caixa promete “atenção” a políticos

    Expectativa de parlamentares é que o novo nome a presidir o banco estatal seja um contraponto à gestão anterior, marcada pela dificuldade de acesso pelos políticos

    Edifício-sede da Caixa em Brasília
    Edifício-sede da Caixa em Brasília REUTERS/Adriano Machado

    Tainá FarfanDaniel Rittnerda CNN

    Brasília

    O novo presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, foi indicado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), fruto de um acordo entre o Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Centrão, especialmente na Câmara dos Deputados.

    A expectativa de parlamentares é que o novo nome a presidir o banco estatal seja um contraponto à gestão anterior, marcada pela dificuldade de acesso pelos políticos.

    Em entrevista à CNN, Vieira afirmou que a política faz parte da Caixa e que existe uma “atenção voltada para o cuidado” dos deputados e senadores, já que as emendas parlamentares passam pela estatal.

    “A dinâmica da política faz parte de um ambiente onde a Caixa está inserida, sempre foi assim, desde o imperador em 1861. Existe um componente que traz o aspecto político. A Caixa é uma empresa que transfere benefícios, cuida de programas do governo, cuida das emendas parlamentares e do desenvolvimento do país. Então, existe toda uma atenção voltada para o cuidado do próprio parlamentar, com suas emendas, para que essas emendas cheguem onde têm que chegar”, afirmou Vieira.

    O novo presidente deixou claro que atenderá a classe política. “Pretendo atender, somos uma organização que estamos no ambiente político. Não é o político em si. Não é fazer depoimento político que faz com que você tenha problema. O problema é a condição ou encaminhamento das demandas. É o que você faz e o que não faz… A gente precisa ter uma interlocução com eles, com empresários, com o cliente pessoa física”, disse.

    Carlos Vieira é funcionário de carreira do banco, ocupou cargos estratégicos nos últimos dez anos e estreitou sua relação com o Congresso Nacional.

    Foi secretário-executivo do Ministério das Cidades, quando a pasta estava no comando de Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), hoje líder da Maioria na Câmara. Também ocupou o mesmo cargo na pasta da Integração Nacional, onde foi braço-direito de Gilberto Occhi, nome próximo ao Centrão e que foi ventilado para ocupar a presidência da estatal.

    Vieira também presidiu a Funcef, fundo de pensão dos funcionários da Caixa, no governo de Michel Temer.

    O executivo afirmou que pretende marcar sua gestão com transparência e elevar o “patamar” do banco. “O que vai valer agora é a dinâmica da minha gestão. O que quero fazer é congregar em torno de um projeto, em torno de transparência, e trazer a Caixa para um novo patamar”, concluiu.

    Vice-presidências

    O acordo do governo com o Centrão sobre a Caixa contempla não apenas a presidência, indicada por Lira, mas também as 12 vice-presidências, que devem ser divididas entres partidos do bloco.

    A CNN apurou que entre duas e três vices devem ser mantidas, entre elas a de Habitação. As indicações ainda não começaram a ser feitas pelas siglas.

    Questionado sobre o assunto, o novo presidente disse que os nomes devem atender aos critérios de elegibilidade e que ele deverá, sim, participar da discussão sobre os escolhidos.

    “Existe todo um julgamento de elegibilidade que você tem que passar por ele. Esse é o primeiro aspecto a ser considerado. Independentemente da forma que você acesse esses cargos, você tem que ter um critério de que a elegibilidade garanta o perfil do executivo e que ele venha para cumprir o papel dele dentro da estratégia da organização… Participar das escolhas é uma dinâmica e, dentro dessa dinâmica, certamente o papel como presidente da empresa é levar esses nomes para o processo de elegibilidade. É natural que eu participe em algum momento dessa discussão”, afirmou Vieira.

    Veja também: Centrão aumenta pressão por vice-presidências da Caixa