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    Indefinição do governo faz Petrobras ensaiar 4 cenários em imbróglio inédito

    Linha dentro da estatal defende que Silva e Luna possa seguir presidente até o próximo conselho tomar posse

    Pedro Duranda CNN

    no Rio de Janeiro

    Adiar a Assembleia Geral, retirar a eleição dos conselheiros da pauta, prorrogar a estadia de Joaquim Silva e Luna no gabinete da presidência ou entregar o cargo a um diretor ou conselheiro interino.

    Esses são os cenários que estão no horizonte de pessoas ligadas à Petrobras que conversaram reservadamente com a CNN.

    O plano A seria um nome que pudesse ter avaliação e aprovação fácil dentro dos trâmites internos da Petrobras.

    As pessoas que conhecem o processo disseram à CNN que quando o candidato tem muitas ligações com empresas, especialmente como sócio ou acionista, o processo de avaliação fica mais demorado.

    Nomes da administração pública não tem necessariamente um trâmite mais rápido porque a Petrobras tem métodos de análise próprios por ser uma empresa de capital aberto.

    Isso é visto como sendo o melhor cenário para o governo, para a estatal e até para os acionistas. Caso esse plano não seja a realidade, um dos outros quatro cenários se tornam possíveis. Ou a combinação deles.

    O departamento jurídico da companhia está debruçado sobre esses cenários em potencial. Nada semelhante a isso tinha acontecido desde a mudança dos regimentos internos pós Lava-Jato e a lei das estatais, ambas no ano de 2016.

    Fontes ligadas à estatal disseram à CNN que a Assembleia Geral Ordinária marcada para dia 13 de abril terá a apresentação de resultados da companhia, um momento obrigatório nos trâmites de uma empresa com ações na bolsa.

    Por isso, cancelar ou adiar o encontro marcado para 15h seria difícil, embora o adiamento já esteja ventilando internamente na companhia.

    Aventou-se então a possibilidade de retirar a eleição dos conselheiros da pauta e só incluir novamente quando o processo de checagem estivesse pronto.

    Neste cenário, permaneceria a composição atual, sem os novos nomes indicados pelo governo. Mas não está claro ainda como se daria essa mudança do escopo da reunião.

    Até o fim da tarde desta terça-feira (5), o governo federal, que detém 51% das ações com direito a voto não havia feito nenhum questionamento formal ao departamento jurídico da estatal sobre essa possibilidade.

    Existe uma linha interna na Petrobras que defende a permanência do nome de Joaquim Silva e Luna no cargo até a posse do futuro conselho. No ato da posse, ele automaticamente perderia os direitos de exercer a presidência.

    Neste caso, o problema é que Luna se tornou persona-non-grata depois que foi avisado de sua demissão e fez críticas ao governo, segundo a apuração da analista Thaís Arbex.

    Sem um nome pra assumir o cargo mais importante da maior estatal brasileira, o regimento interno diz que o Conselho de Administração poderia indicar um interino no segundo escalão.

    Nesse cenário, um subordinado de Silva e Luna assumiria a cadeira. Justamente por isso, há quem sugira que pode sair um presidente com mandato tampão entre os próprios conselheiros.

    O cerne desse problema é o fato de o processo de background check, que analisa candidatos a esses cargos, ser complexo e levar de 7 a 10 dias em média, podendo chegar a 3 semanas dependendo do caso.

    A cada hora de incerteza fica cada vez mais difícil que os indicados do governo tenham essa etapa superada até dia 13 de abril.