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    Inadimplência atinge 30% dos consumidores no Brasil, maior proporção desde novembro de 2022, diz CNC

    Segundo a CNC, volume de pessoas que afirmaram não ter condições de pagar dívidas de meses anteriores também saltou de 12,2% em julho para 12,7% em agosto

    Já o porcentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer caiu 0,7 ponto porcentual em agosto para 77,4% das famílias do país
    Já o porcentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer caiu 0,7 ponto porcentual em agosto para 77,4% das famílias do país 21/12/2020REUTERS/Amanda Perobelli

    Gabriel Vasconcelos, do Estadão Conteúdo

    O porcentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer caiu 0,7 ponto porcentual em agosto para 77,4% das famílias do país, informou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

    Com isso, o volume de endividados chegou ao menor nível desde junho de 2022. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada nesta terça-feira (5).

    Apesar da melhora no cenário, o grau de inadimplência das famílias se agravou: o volume de consumidores com dívidas atrasadas subiu de 29,6% em julho para 30% em agosto.

    Esta é a maior proporção desde novembro de 2022, com 3 em cada 10 pessoas endividadas indicando algum compromisso atrasado.

    Já o volume de pessoas que afirmaram não ter condições de pagar dívidas de meses anteriores saltou de 12,2% para 12,7% na mesma comparação.

    Esse é o maior nível para o indicador na série histórica da Peic, iniciada em janeiro de 2010.

    “A queda da inflação e o mercado de trabalho formal absorvendo pessoas desde o ano passado favoreceram os orçamentos domésticos, fazendo com que menos pessoas necessitem recorrer ao crédito. No entanto, com juros elevados e maior quantidade de dívidas a vencer, as famílias ainda encontram dificuldade de quitar os compromissos em aberto há mais tempo, com o avanço das despesas com juros”, escreveu no relatório a economista da CNC responsável pela Peic, Izis Ferreira.

    Em linha, o presidente da CNC, José Roberto Tadros, diz que a queda do endividamento é um “sinal positivo”, de que mais famílias estão conseguindo controlar melhor as dívidas e ajustar os orçamentos.

    “Mas a taxa de juros elevada e o crédito caro ainda são empecilhos”, afirma em nota.

    Para os próximos meses, a CNC estima que a proporção de consumidores endividados continuará a cair, chegando a cerca de 77% em setembro. Mas a tendência é que o endividamento volte a crescer na reta final de 2023, encerrando 2023 próximo de 78% do total de famílias no país.

    Dívidas por faixa de renda

    A Peic de agosto também destaca que o endividamento está em declínio tanto no mês quanto no ano entre os consumidores de diferentes faixas de renda, com destaque para a queda mais significativa entre aqueles com renda entre 5 e 10 salários mínimos.

    Nesse grupo, o porcentual de endividados caiu de 77,4% em julho para 75,4% em agosto. A inadimplência (dívidas atrasadas), porém, cresceu em todas as faixas de renda nas comparações mensal e anual.

    Quanto às modalidades de dívida, a pesquisa identificou redução do número de endividados no cartão de crédito em agosto, com 85,5% dos endividados, ante os 85,9% em julho. Essa é a segunda queda consecutiva, colocando o indicador no menor nível desde agosto do ano passado.

    Também é possível observar uma leve redução, de 0,1 ponto porcentual, do volume de endividados no cheque especial, para 4,1%, e no crédito consignado, para 5,1%.

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