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    Impacto extra com salário mínimo de R$ 1.320 pode ultrapassar R$ 15 bi, diz Inter

    Relatório alerta ainda para os impactos que um reajuste dessa magnitude poderia ter na inflação, além do impacto fiscal, aumentando o déficit e adiando o alcance do equilíbrio das contas públicas

    Como a taxa Selic afeta o seu dinheiro?
    Como a taxa Selic afeta o seu dinheiro? Shutterstock

    Da CNN

    O aumento do salário mínimo para R$ 1.320 poderia gerar um impacto adicional no orçamento federal de R$ 15 bilhões nas despesas com a Previdência, segundo cálculos do Inter. O número fica bem acima da estimativa preliminar do governo, de R$ 7,7 bilhões.

    “Houve aumento do número de novos beneficiários no final do ano passado, esse valor tende a ser maior. Vale lembrar que outros benefícios sociais também são atrelados ao salário mínimo, como o BPC, abono e seguro desemprego, além da própria folha de pagamentos, que também deve contemplar reajustes salariais em 2023”, diz a instituição em relatório.

    “Estimamos que o impacto do aumento adicional no orçamento de 2023 possa ultrapassar R$15 bilhões e, em se tratando de uma despesa permanente, seguirá impactando os anos seguintes”.

    O relatório alerta ainda para os impactos que um reajuste dessa magnitude poderia ter na inflação, além do impacto fiscal, aumentando o déficit e adiando o alcance do equilíbrio das contas públicas.

    “O reajuste tende a gerar pressão inflacionária no curto prazo, estimulando a demanda, considerando o mercado de trabalho próximo do pleno emprego, e desancorando as expectativas de inflação. O resultado pode ser uma inflação mais alta que pode anular o objetivo desejado do aumento”, diz.

    A batalha pelo aumento do salário mínimo voltou a ganhar espaço dentro do governo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defende a manutenção do piso em R$ 1.302, enquanto a ala política do governo sustenta o reajuste do valor para R$ 1.320.

    Em meio a essa disputa, o presidente da República assinou um despacho nesta quarta-feira, durante reunião com centrais sindicais, determinando que os Ministérios do Trabalho e da Previdência, entre outros, apresentem em 45 dias uma proposta para uma política de valorização do salário mínimo.

    Lideranças sindicais apoiam um reajuste ainda mais generoso: para R$ 1.342 a partir de maio.

    Reajustar piso para R$ 1.320 custaria R$ 7,7 bilhões aos cofres públicos, segundo cálculos do governo. Caso o valor suba a R$ 1.342, como querem líderes sindicais, impacto pode ser de R$ 17,1 bilhões, segundo o economista especialista em contas públicas Murilo Viana.

    *Publicado por Ligia Tuon