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    Hong Kong vai proibir frutos do mar japoneses caso água radioativa tratada seja liberada no oceano

    Japão pode descarregar mais de um milhão de metros cúbicos de água tratada da usina nuclear de Fukushima no Oceano Pacífico

    Tanques com água da usina nuclear de Fukushima, no Japão
    Tanques com água da usina nuclear de Fukushima, no Japão REUTERS/Kim Kyung-Hoon

    Chris Lauda CNN

    Hong Kong

    Hong Kong diz que vai proibir as importações de frutos-do-mar de 10 províncias do Japão caso Tóquio continue com planos de liberar água radioativa tratada de Fukushima no mar.

    O secretário de meio ambiente e ecologia de Hong Kong, Tse Chin-wan, disse na quarta-feira (12) que a proibição incluiria todos os “produtos vivos, congelados, refrigerados e secos ou preservados de outras maneiras”, bem como sal e algas marinhas.

    Hong Kong comprou 75,5 bilhões de ienes (R$ 2,64 bilhões) em frutos-do-mar japoneses em 2022, tornando-se o segundo maior comprador de pescado atrás da China, de acordo com o governo do Japão.

    A medida ocorre menos de uma semana depois que Pequim anunciou uma proibição semelhante às exportações japonesas de frutos-do-mar, citando preocupações com saúde e segurança.

    Vários vizinhos do Japão, incluindo a Coreia do Sul, expressaram preocupação com a segurança de suas exportações de alimentos, apesar da garantia de Tóquio e da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) de que a liberação de águas residuais radioativas tratadas terá um impacto insignificante.

    “Não vamos esquecer: se eles acabarem cometendo alguns erros ou enganos, essa água altamente radioativa pode trazer um enorme impacto à segurança alimentar quando entrar na ecosfera do oceano”, disse Tse em entrevista coletiva na quarta-feira.

    A AIEA insistiu que a liberação planejada é segura, atende aos padrões internacionais e corresponde ao que as usinas nucleares fazem em todo o mundo, incluindo nos Estados Unidos. A água contaminada tratada será altamente diluída e liberada gradualmente no Oceano Pacífico ao longo de muitos anos.

    A mudança é necessária para finalmente desmantelar a usina nuclear de Fukushima, que derreteu em 2011 após os impactos de um terremoto e um tsunami. O governo disse que a liberação de águas residuais começará neste verão, embora não tenha especificado uma data.

    Proibição de frutos-do-mar

    Um porta-voz do governo de Hong Kong disse que, tendo estudado o relatório da AIEA, as autoridades concluíram que “não há garantia” de que o sistema de purificação possa operar de forma contínua e eficaz a longo prazo.

    As 10 províncias que enfrentam a proibição de frutos-do-mar são Tóquio, Fukushima, Chiba, Tochigi, Ibaraki, Gumma, Miyagi, Niigata, Nagano e Saitama, afirma o porta-voz.

    As restrições existentes de Hong Kong a frutas, laticínios e carne de Fukushima e quatro províncias vizinhas permanecem em vigor.

    Tse não disse quanto tempo a possível proibição pode durar. “O tempo dirá”, disse ele.

    O secretário de meio ambiente e outras autoridades de Hong Kong se reuniram com o cônsul geral japonês na cidade pouco antes de anunciar a proibição planejada.

    Durante a reunião, a autoridade de Tóquio “pediu veementemente que outras medidas regulatórias não fossem tomadas”, pedindo às autoridades de Hong Kong que respondessem “com base em fatos científicos”.

    No início deste mês, o chefe da AIEA, Rafael Grossi, visitou o Japão e apresentou o relatório final do órgão de vigilância nuclear da ONU ao primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida.

    No relatório, Grossi disse que a descarga de água tratada no mar teria um “impacto radiológico insignificante nas pessoas e no meio ambiente”.

    Do lado de fora de um restaurante de sushi no movimentado distrito comercial de Causeway Bay, em Hong Kong, uma multidão de clientes se formou na hora do almoço de quinta-feira (13).

    Donos de restaurantes japoneses em Hong Kong afirmam que gastam até HK$ 3.000 (R$1846,05) por mês em sushi e sashimi e temem que a proibição possa aumentar os preços. “Ainda podemos pagar nossas refeições japonesas se o aumento de preço permanecer entre 20% e 30%”.

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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