Homem mais rico da Ásia, Gautam Adani é viciado em ChatGPT
Ferramenta de IA interage com usuários de maneira convincente e conversacional
O homem mais rico da Ásia, Gautam Adani, diz que é viciado em ChatGPT, a nova e poderosa ferramenta de IA que interage com os usuários de uma maneira convincente e conversacional.
Em uma postagem no LinkedIn na semana passada, o magnata da Índia de 60 anos disse que o lançamento do ChatGPT foi um “momento de transformação na democratização da IA, devido às suas capacidades surpreendentes, bem como falhas cômicas”.
O bilionário admitiu ter “algum vício” no ChatGPT desde que começou a usá-lo.
A ferramenta, que a empresa de pesquisa de inteligência artificial OpenAI disponibilizou ao público no final do ano passado, gerou conversas sobre como os serviços de “IA generativa” – que podem transformar solicitações em ensaios, histórias, músicas e imagens originais após o treinamento em enormes conjuntos de dados online – poderia transformar radicalmente a forma como vivemos e trabalhamos.
Alguns afirmam que isso deixará artistas, tutores, codificadores e escritores desempregados. Outros são mais otimistas, postulando que isso permitirá que os funcionários lidem com as listas de tarefas com maior eficiência.
“Mas não há dúvida de que a IA generativa terá ramificações massivas”, escreveu Adani em seu post, acrescentando que a IA generativa tem o “mesmo potencial e perigo” dos chips de silício.
“Quase cinco décadas atrás, o pioneirismo no design de chips e na produção de chips em larga escala colocou os EUA à frente do resto do mundo e levou ao surgimento de muitos países parceiros e gigantes da tecnologia como Intel, Qualcomm, TSMC, etc”, Adani, que tem negócios em setores que vão de portos a usinas elétricas, escreveu.
“Também abriu caminho para armas de precisão e guiadas usadas na guerra moderna com mais chips montados do que nunca”, acrescentou. A corrida no campo da IA generativa ficará rapidamente tão “complexa e emaranhada quanto a guerra de chips de silício em andamento”, disse ele.
A fabricação de chips surgiu recentemente como um novo ponto crítico nas tensões EUA-China, com Washington bloqueando as vendas de chips de computador avançados e equipamentos de fabricação de chips para empresas chinesas. Alguns investimentos chineses na fabricação de chips na Europa também foram bloqueados.
O magnata indiano da infraestrutura acredita que a China tem uma vantagem sobre os Estados Unidos na corrida da IA, porque os pesquisadores chineses publicaram o dobro de trabalhos acadêmicos sobre o assunto em 2021, escreveu ele no post publicado na sexta-feira após participar do Fórum Econômico Mundial em Davos.
Mais IPOs
De volta para casa, Adani também está considerando levar cinco novos negócios para o mercado de ações nos próximos cinco anos, segundo o diretor financeiro de seu conglomerado, Jugeshinder Singh.
Falando a repórteres no sábado na cidade indiana de Ahmedabad – onde o império Adani está sediado – Singh disse que os negócios de metais e mineração, energia, data center, aeroportos e estradas do grupo provavelmente serão desmembrados entre 2025 e 2028.
A Adani Enterprises, carro-chefe do conglomerado, funciona como uma incubadora dos negócios da Adani. Uma vez amadurecidos, eles geralmente recebem sua independência por meio de uma listagem no mercado de ações. Muitas das empresas Adani tornaram-se líderes em seus respectivos setores.
No final deste mês, a Adani Enterprises também está levantando 200 bilhões de rúpias (US$ 2,5 bilhões) com a emissão de novas ações. Seria a maior oferta pública de ações da Índia.
Abandonou a faculdade e se tornou um industrial autônomo, Adani vale mais de US$ 120 bilhões, tornando-o o terceiro homem mais rico do mundo, à frente de Jeff Bezos e Bill Gates.
As ações das sete empresas listadas da Adani – em setores que vão de portos a usinas de energia – tiveram um crescimento acelerado nos últimos anos. Mas alguns analistas temem que esse crescimento represente um grande risco, já que o rolo compressor de US$ 206 bilhões de Adani foi alimentado por uma farra de empréstimos de US$ 30 bilhões, tornando seu negócio um dos mais endividados do país.
