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    “Há espaço para corte generoso, mas quem decide é o BC”, diz Haddad sobre juros

    Em coletiva nesta sexta-feira (28), ministro da Fazenda afirmou que inflação está mais controlada e economia já tem sinais de desaceleração

    Juliana Eliasda CNN , em São Paulo

    O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse, nesta sexta-feira (28), que a economia já tem uma inflação mais controlada e tem sinais de desaceleração, o que abre espaço para um “corte generoso” na alta taxa de juros do país.

    Haddad afirmou, entretanto, que esta é uma decisão que caberá ao Banco Central.

    “Nós estamos muito distantes do que o Banco Central chama de juro neutro, que é de 5%; estamos com o dobro disso. Há um espaço generoso para aproveitar. Mas quem vai definir isso é o BC”, disse Haddad nesta tarde a jornalistas.

    Nós temos dois novos diretores [no BC] que estão levando informações e percepções que podem auxiliar o colegiado a se manifestar. E nossas propostas são sempre cooperativas, no sentido de oferecer os melhores subsídios para uma tomada de decisão robusta.”

    O Comitê de Política Monetária do Banco Central se reúne na próxima semana para decidir qual será a Selic, a taxa básica de juros do país. Ela, atualmente, é de 13,75% ao ano.

    O juro neutro é o nível de juros estimado em a taxa nem estimula e nem esfria a a economia do país. Atualmente, os juros do Brasil estão cerca de 10 pontos percentuais acima da inflação, numa das taxas reais de juros mais altas do mundo.

    “No começo do ano, discutíamos se os juros iam cair e, depois, quando. Agora, a discussão é quanto”, afirmou Haddad.

    “A minha preocupação é com a desaceleração. A receita [de impostos] não está correspondendo, e isso nas três esferas de governo, temos que retomar a economia. Tanto o governo federal quanto os estados e municípios estão mandando recados de que as coisas precisam ser revertidas, por que a inflação está controlada e há espaço para uma retomada da economia, que está desacelerando.”

    “Mundo compreendeu que há algo bom no Brasil”

    O ministro da Fazenda também comentou as recentes elevações na nota de crédito do Brasil pelas agência internacionais de avaliação de risco.

    “Hoje uma quarta agência de rating se manifestou”, disse, em referência à canadense DBRS Morningstar, que elevou nesta sexta-feira a nota de crédito do Brasil de “BB-” para “BB”.

    Na quarta-feira (26) a Fitch Ratings realizou o mesmo movimento.

    “O mundo inteiro já compreendeu que tem alguma coisa boa acontecendo no Brasil.”

    Orçamento à espera do marco fiscal

    Haddad reiterou que a proposta para o Orçamento de 2024 será encaminhada até o final de agosto, prazo legal do governo para fazer isso, e destacou que conta com a aprovação do marco fiscal antes disso para que a peça orçamentária possa ser concluída.

    O projeto que define as regras para os gastos do governo já foi aprovado na Câmara e no Senado e aguarda, agora, nova votação na Câmara.

    “O arcabouço precisa ter sua solução definida até para que a peça orçamentária seja concluída e encaminhada para o Congresso”, disse Haddad. “Nós dependemos dessa decisão para fechar a Ploa [Projeto de Lei Orçamentária Anual].”

    “Reação está exagerada”

    Perguntado sobre sua opinião a respeito de Márcio Pochmann, economista ligado ao PT e indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a presidência do IBGE, Haddad disse que “as reações estão um pouco exageradas”.

    A indicação recebeu críticas de economistas e teria sido feita sem consultar a equipe econômica.

    “É um profissional, professor de uma universidade pública, uma das melhores do país. Você pode discordar da pessoas, mas, mas numa democracia, convivemos com pessoas que pensam diferente da gente”, disse o ministro.

    Pochmann é professor do Instituto da Economia da Unicamp, faculdade conhecida pela linha econômica heterodoxa e desenvolvimentista.

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