Guerras ainda representam risco inflacionário, destacam economistas em BH
Piora dos conflitos pode afetar petróleo e outras commodities
As guerras em Israel e na Ucrânia representam um risco inflacionário. Apesar dessa influência externa ser negativa, o ambiente doméstico ainda tem desaceleração dos índices de inflação no Brasil. Essa leitura foi compartilhada durante o 3º Seminário de Investimentos, Riscos e Compliance organizado pela Fundação Libertas, em Belo Horizonte.
As guerras e o impacto dos conflitos na economia continuam no radar do mundo econômico. Durante o painel “Tendências para Investidores do Cenário Global e Nacional”, a economista-chefe do Inter, Rafaela Vitória, chamou atenção ao impacto potencial dos conflitos na oferta de petróleo.
“A guerra é inflacionária. Temos conflitos que podem prejudicar a oferta de petróleo, principalmente que aumentem a versão de risco de maneira geral”, disse a economista.
“E o preço do petróleo influencia muito a inflação global. E a gente sabe que uma alta de petróleo, de gasolina, contamina”.
No mesmo debate, Natelie Victal, economista-chefe da Sul América Investimentos, notou que, apesar dos riscos, o Brasil ainda vive um momento de desaceleração dos preços.
Para 2024, Victal prevê desaceleração da atividade e inflação. “De modo geral os dois índices devem rodar parecidos. Basicamente a gente tem a continuidade da desaceleração que está em curso”, disse.
A queda da inflação foi destacada por Luiz Eduardo Portella, sócio fundador da Novus Capital. O trabalho do BC, segundo ele, tem se mostrado efetivo na redução da inflação.
“O presidente [Roberto Campos Neto] tem trabalhado de forma correta e transmitido uma mensagem institucional adequada. A composição do Comitê de Política também sofrerá alteração. No futuro, poderá haver pressão para redução dos juros, mas a situação atual é positiva e não há riscos iminentes. O mercado está tranquilo, inclusive em relação às curvas de juros.”