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    Guedes fala em crescimento econômico de 3,5% a 5% em 2021

    Porém, segundo o ministro, a economia não é uma ciência exata e essas previsões são ainda mais difíceis

    Anna Russi, , do CNN Brasil Business, em Brasília



     

    Em meio ao aumento das incertezas no cenário econômico por conta do atraso na vacinação no Brasil contra à Covid-19, o ministro da Economia, Paulo Guedes, falou em crescimento de 5% da economia brasileira. 

    “O Brasil pode crescer, de repente, 5%. Depende. Se todo mundo entrasse na mesma vibração que é: estamos recuperando, com vacinação rápida”, comentou durante evento do Credit Suisse, nesta terça-feira (26). 

    Na mesma videoconferência, no entanto, Guedes também falou que a equipe econômica espera “conservadoramente, crescimento de 3,5%”. O ministro explicou que o bom desempenho da economia depende da política brasileira. 

     “Sabemos que crescimento é educação, tecnologia, inovação, poupança, investimento, abertura econômica, privatizações. Agora, depende de nós. Se continuarmos atracando um nos outros, não vacina ninguém, brigando para ganhar a eleição, tenta roubar no jogo, toda hora tentando fazer impeachment… Se fizer isso, vai ser uma bagunça, é difícil crescer. Acho que podemos crescer 3%, 4% ao ano por 10 anos seguidos, se fizermos as coisas corretas”, disse. 

    Ainda segundo ele, como a economia não é uma ciência exata, essas previsões são ainda mais difíceis. 

    “Somos organismos vivos. Quando a pandemia chega, os átomos raciocinam: vão para casa, mas vê que a prateleira pode ficar vazia ou quer manter a sanidade mental, e sai de casa. Ai a doença volta, ai ele recua de novo. Ai você dá a vacina e ele volta. Então, você não pode prever”, observou e criticou novamente a projeção inicial do Fundo Monetário Internacional (FMI) de queda de 10% no PIB de 2020. 

    Avalanche de investimentos 

    Guedes reforçou o plano de governo de erguer um crescimento sustentável da economia por meio do ‘crowding in’ do investimento privado. Para ele esse movimento será criado pelas reformas administrativa e tributária, bem como pelo desenvolvimento dos marcos regulatórios. 

    “Cabotagem, setor elétrico, concessões, privatizações, aeroportos, PPI. Todas essas ondas de investimentos podem se transformar em uma avalanche de investimentos privados”, observou. 

    “Estamos falando de dezenas, centenas de bilhões. Se tudo der certo, o governo tem R$ 80 bi a R$ 90 bilhões para gastar. Isso vem em um ano só do setor privado. […] O setor privado é muito maior do que qualquer governo”, ressaltou. 

    De acordo com Guedes, pedir para o governo investir muito dinheiro agora, é “violar a responsabilidade fiscal e bloquear todo o horizonte de investimentos privados”.  

    O ministro ainda reforçou que o governo não vai subir impostos, uma vez que está guiando o Brasil para o caminho de se tornar uma economia de mercado. “Nós não vamos subir impostos. Os impostos subiram por 40 anos, ano a ano”, comentou. 

    “A opinião pública está saturada de impostos. O presidente falou durante toda a campanha que vai tirar o governo do cangote do povo. Tem imposto demais. É um manicômio tributário, temos que fazer essa reforma. Essa reforma tem que ser simplificadora e não aumentar imposto”, afirmou. 

    Assim, ele também explicou que um Imposto único de Valor Agregado (IVA) não é possível porque exigiria uma alíquota muito alta. “Tentar extrair só com esse imposto toda a arrecadação de ICMS, ISS, PIS/Cofins… Na hora que coloca no cálculo, dá mais de 30%. Ia simplesmente quebrar Comércio e Serviços, que geram 80% dos empregos no Brasil”, explicou.

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