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    Guedes diz que sensibilidade política prevaleceu para mudança do teto de gastos

    Segundo o ministro, caso discordasse da medida, a outra opção seria deixar o governo

    Ministro Paulo Guedes
    Ministro Paulo Guedes REUTERS/Ueslei Marcelino

    Anna Russida CNN Brasília

    Em mais uma tentativa de afirmar a posição da equipe econômica de defesa do ajuste fiscal, o ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu que a “última palavra” na mudança da regra de correção do teto de gastos não foi de sua pasta. Segundo ele, caso discordasse da medida, a outra opção seria deixar o governo.

    “Estão desrespeitando o ajuste fiscal. Eu tenho duas possibilidades que avalio sempre: a primeira é dizer que vou sair, porque estão desrespeitando os princípios de uma economia liberal que quer fazer os ajustes fiscais. A segunda é dizer que acho que a sensibilidade política prevalece e não violenta a arquitetura fiscal”, explicou durante audiência pública na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (23).

    O ministro compareceu à Casa para prestar esclarecimentos sobre movimentações financeiras em sua conta offshore mantida nas Ilhas Virgens Britânicas. Sobre esta questão, Guedes disse que só fornecerá detalhamento dos números para autoridades pertinentes, como a Receita Federal, o Banco Central e a Comissão de Ética da Presidência a República.

    “Os números estão todos disponíveis para as instâncias pertinentes. Agora, existe uma coisa que se chama privacidade. […] Eu abri tudo, para a instância pertinente, mas não posso chegar aqui e falar: Brasil, olha tudo que eu tenho, onde eu tenho. Não pode ser assim”, reforçou.

    Autor do requerimento de convocação do ministro, o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) afirmou à CNN que pedirá acesso às movimentações financeiras à offshore de Guedes. “Compra e venda de papéis, ainda que não haja remessa do ou ao Brasil”.

    Apesar de insistir que apenas as autoridades pertinentes têm direito a acessar os números da conta, Guedes disse não saber o valor do montante atual investido no fundo offshore.

    “Não sei quanto. É um ‘blind trust’ e não é o meu foco agora. Como eu disse, eu sabia quanto eu tinha quando cheguei aqui, fui trabalhar e agora não estou perguntando. Eu resolvi o meu problema financeiro. Então, não me preocupo se estou assim ou assado”, explicou.

    Segundo Guedes, a movimentação financeira do fundo é realizada por gestores independentes e com ativos que “não têm nada, zero, a ver com o Brasil”. “A minha mão não chega lá. Zero, zero, zero, correlação com qualquer coisa que acontece aqui”, reforçou o ministro.

    *Com informações de Carla Bridi