Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Guedes diz estar confiante em aprovação da PEC dos Precatórios no Senado

    Ministro da Economia afirma que o governo possui diversos "imóveis" para oferecer como pagamento, e cita Eletrobras, Correios e praias

    Fabrício JuliãoJoão Pedro Malardo CNN Brasil Business

    em São Paulo

    O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse em evento nesta terça-feira (30) que continua confiante que PEC dos Precatórios vai passar no Senado, e que “a maior imobiliária é o governo brasileiro”, em alusão aos pagamentos que a União é judicialmente obrigada a cumprir.

    “Nós desenhamos uma PEC, que foi bastante modificada, mas ainda é essencial. É o ‘menos ruim’ que pode acontecer com o Brasil no momento. Eu espero a aprovação, confio no Senado”, disse o ministro, durante discurso em evento organizado pela Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), em Brasília.

    Guedes reiterou que não considera a PEC um calote, e afirmou que uma solução é pagar à vista as pequenas causas e parcelar os chamados “super financistas”, precatórios de valor mais elevado.

    “Não tem nada de calote. Você quer receber à vista, recebe, se for pequenininho. Se não for, nós podemos converter em privatizações. Eu posso vender casas, eu posso vender a Eletrobras, os Correios, posso vender terrenos, posso vender praias. Eu estou cheio de imóveis”, afirmou.

    “A maior imobiliária é o governo brasileiro. Então, nós podemos honrar. Mas ou você me dá tempo, ou você tem que levar um imóvel meu”, acrescentou o ministro.

    Paulo Guedes também fez críticas à ex-ministros da Fazendo que não concordam com a política econômica que o governo vem tomando em relação aos precatórios e citou alguns antecessores.

    “Vocês acham que é a primeira vez que um ministro da Fazenda negocia precatórios? Eu conversei um que me disse que negociava caso a caso. O Malan negociou precatórios, o Meirelles, o Guido Mantega. Resolveram o problema deles, mas não o futuro. Nós queremos resolver o futuro”, disse.

    O “guru” econômico de Sérgio Moro, Affonso Celso Pastore, também foi criticado por Guedes, que disse que o ex-presidente do Banco Central está tentando “limpar a sua imagem” por ter presidido o Bacen durante os anos finais da ditadura militar.

    “Teve um outro (Affonso Celso Pastore) que trabalhou para o regime militar e agora está atacando o ‘regime autoritário’ do governo Bolsonaro, que foi eleito”, afirmou.

    “Agora quer vir limpar a biografia no final da vida porque trabalhou na ditadura. ‘Eu sou um democrata, o Paulo Guedes é cheerleader do Bolsonaro’. Se ele fosse democrata, não trabalhava para a ditadura”, completou.

    Inflação e juros

    O ministro também comentou sobre as altas da inflação e da taxa Selic, e disse considerar um exagero as previsões de recessão, apesar de confirmar que vai haver desaceleração.

    “Inflação está subindo e é de um tipo chato, porque é choque de oferta, é subida de material de construção, de custo, de energia, combustível. É do tipo indigesto e desacelera sim”, afirmou.

    “Por isso não vamos crescer 4 ou 5%, mas até aí e dizer que vai haver recessão, novamente é a turma da falsa narrativa, não é isso que vaia acontecer, vai ter uma desacelerada forte”, ressaltou.

    Guedes disse que os juros estão subindo justamente para combater a inflação. “Quando você fica tranquilo em relação à inflação, quando os juros ficarem na frente da inflação”.

    Por fim, o ministro da Economia elogiou o trabalho do atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e disse confiar na sua equipe econômica, mas pediu tempo para que os indicadores se ajeitem ao índice que é esperado.