Grandes marcas defendem pacto global para corte na produção de plástico
Autoridades mundiais se reunirão em uma conferência da Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente neste ano para as negociações
Marcas internacionais como Coca Cola e PepsiCo defenderam nesta segunda-feira (17) um pacto global de combate à poluição causada por plásticos e que inclui cortes na produção, o que potencialmente afetaria a indústria petrolífera, que tem no setor um de seus principais clientes.
Autoridades mundiais se reunirão em uma conferência da Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEA 5.2) neste ano para negociações sobre um tratado contra resíduos plásticos que estão devastando oceanos e matando a vida selvagem.
Ainda não está claro se algum acordo se concentrará no gerenciamento e reciclagem de resíduos ou se serão tomadas medidas mais duras, como a conteção de produção de plástico, uma medida que provavelmente enfrentaria resistência de grandes empresas de petróleo e produtos químicos e de grandes países produtores de plástico como os Estados Unidos.
Os mais de 70 signatários da declaração conjunta divulgada nesta segunda-feira incluem empresas de bens de consumo como Unilever e Nestlé, que vendem uma infinidade de produtos em plástico descartável, bem como o varejista Walmart e o banco francês BNP Paribas.
“Estamos em um momento crítico para estabelecer um ambicioso tratado da ONU”, afirmam as partes no documento assinado, observando que qualquer acordo deve “reduzir a produção e o uso de plástico virgem”.
“A UNEA 5.2 é o momento decisivo e mais importante para virar a maré na crise global criada pela poluição provocada pelo plástico. Não podemos perder isso”, afirma o comunicado.
Menos de 10% de todo o plástico já produzido foi reciclado, e uma reportagem da Reuters no ano passado mostrou que as novas tecnologias de reciclagem promovidas pela indústria de plásticos têm enfrentado dificuldades para combater o problema.
Enquanto isso, a produção de plástico deve dobrar em 20 anos. Esta é uma fonte importante de receita futura para as principais empresas de petróleo e gás, já que a demanda por combustíveis fósseis diminui com o aumento do uso de energia renovável e veículos elétricos.