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    Governo terá que respeitar o teto de gastos em 2021, diz José Márcio Camargo

    Em entrevista para a CNN, o economista afirma que é possível conciliar a agenda liberal do governo com o novo apoio do Centrão

    Da CNN, em São Paulo

    Com diversos estados iniciando a reabertura econômica, o Brasil começa a se planejar para a retomada. Diante de uma economia desaquecida, a CNN entrevistou o doutor em economia pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), José Márcio Camargo, para projetar a economia brasileira no médio e longo prazo. Ele avalia que o teto de gastos será ainda mais fundamental para a credibilidade do país.

    “Nós tivemos vários programas que aumentaram os gastos fiscais esse ano. São justificáveis, mas o problema é que teremos que voltar a ter sustentabilidade fiscal no médio prazo. O governo terá de voltar a respeitar o teto do gasto em 2021”, afirmou.

    Camargo entende que o teto de gastos é a principal âncora fiscal do Brasil e também o principal responsável pela queda da taxa de juros básico. Ele lembrou que apenas o início da tramitação do projeto foi responsável por mudar as expectativas do mercado, em 2016. O especialista diz ainda que para atingirmos a meta fiscal de 2021, o governo precisará cortar gastos a partir do segundo semestre deste ano.

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    Questionado sobre como o governo poderá manter suas políticas liberais com esta nova aliança com o Centrão, tida por muitos como incompatível com a austeridade proposta pelo ministro Paulo Guedes, Camargo não vê problema com a aliança e lembrou que o governo [Michel] Temer – “o mais reformista da história do Brasil – conseguiu aprovar mudanças significativas tendo como base de apoio o mesmo grupo que agora se une a Bolsonaro.

    “A gente se esqueceu que o Temer foi apoiado por esse grupo e só conseguiu aprovar as reformas por conta do apoio do Centrão. Eu participei um pouco das negociações de reformas do governo anterior e minha impressão é que é possível ter um governo austero fiscalmente e com apoio para aprovar reformas.”

    (Edição: André Rigue)