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    Governo reitera pedido para que Eletrobras suspenda plano de demissões após apagão

    Ministério de Minas e Energia reforçou a solicitação feita em julho, quando sinalizou preocupações quanto ao potencial impacto da saída de funcionários estratégicos na continuidade da prestação de serviços da companhia

    Apagão registrado em 15 de agosto serviu como argumento para reforçar o pedido
    Apagão registrado em 15 de agosto serviu como argumento para reforçar o pedido Fernando Frazão/Agência Brasil

    Luciana Collet, do Estadão Conteúdo

    O Ministério de Minas e Energia reiterou na quarta-feira (30) o pedido feito à Eletrobras para que suspenda o plano de demissão voluntária (PDV) da companhia.

    Em ofício assinado pelo ministro Alexandre Silveira, a Pasta reforçou a solicitação feita em julho, quando sinalizou preocupações quanto ao potencial impacto da saída de funcionários estratégicos na continuidade da prestação de serviços da companhia.

    O apagão registrado em 15 de agosto serviu como argumento para reforçar o pedido.

    No ofício, Silveira cita que “o evento originário, chamado de ‘evento zero’, ocorreu em ativos operados pela Companhia Hidro Energética do São Francisco (Chesf), subsidiária da Eletrobras”.

    A ocorrência deixou consumidores de 25 Estados e do Distrito Federal sem energia elétrica. Mais de 22 mil megawatts (MW) foram interrompidos, ou, segundo o ministro, 1/3 da demanda que estava sendo suprida no momento. Apenas Roraima, que não está conectado ao sistema, não foi atingido.

    Apesar de apontar a “abertura” de linha da Chesf como evento zero do apagão, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) já disse que isso, por si só, não causaria o impacto registrado e já apontou que aparelhos reguladores de tensão de usinas geradoras instaladas na região Nordeste não atuaram conforme o esperado, ampliando os efeitos da perturbação no sistema.

    No novo ofício encaminhado ao presidente da Eletrobras, Ivan Monteiro, o ministro lembrou que, por ocasião da primeira carta, o MME solicitou que, “respeitadas as regras de governança, a natureza jurídica da empresa e os normativos afetos à divulgação de fato relevante”, avaliasse a possibilidade de suspender o PDV até que a Pasta pudesse examinar o plano de ação para a prestação do serviço adequado e o plano de investimentos para os próximos anos, “considerando a ausência da força de trabalho que pode ser desligada”.

    Ele diz que “até o presente momento” não recebeu os planos com os esclarecimentos.

    “Reitero que, sendo a União a maior acionista da empresa e o MME responsável por zelar pelo equilíbrio entre a oferta e demanda de energia elétrica no país é legítimo, racional e importante que esta Pasta tenha acesso a tais informações para que possa avaliar como a Eletrobras, maior empresa do segmento em operação no Brasil, está se preparando para preservar a manutenção e operação de seus avos, pois eles são primordiais para a confiabilidade do suprimento de energia elétrica”, diz o ministro.

    “Oriento, respeitadas as regras de governança, natureza jurídica, a suspensão do PDV até que o MME examine os planos a serem enviados”, conclui Silveira.

    Enquanto ainda executa o desligamento dos cerca de 2,5 mil funcionários que aderiram a um primeiro PDV, voltado para empregados aposentados ou possíveis de aposentadoria, a Eletrobras avançou em uma segunda rodada do programa, que recebeu quase 1,5 mil adesões.

    Com as iniciativas, a expectativa da administração da empresa é que o custo com pessoal caia 41,8% até 2026, para R$ 2,6 bilhões. E, até dezembro de 2024, a empresa espera alcançar 7.250 empregados, informou a empresa no início do mês.

    Veja também: Prejuízos com apagão podem chegar a R$ 500 milhões