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    Governo prevê internamente “pequeno superávit” em 2023

    Prognóstico otimista defende que o Brasil pode "surpreender",  aos moldes do que está acontecendo neste ano. Porém, a peça orçamentária que está sendo finalizada pelo Ministério da Economia deve repetir as metas de déficit

    País não registra resultado positivo desde 2013
    País não registra resultado positivo desde 2013 Getty Images

    Renata Agostinida CNN

    Integrantes do alto escalão da equipe econômica preveem internamente que o governo consiga fechar o ano de 2023 com as contas no azul. O diagnóstico, compartilhado pelo ministro Paulo Guedes à equipe e ao Palácio do Planalto, é de um “pequeno superávit”, de acordo com duas fontes ouvidas pela CNN.

    No entanto, a peça orçamentária que está sendo finalizada pelo Ministério da Economia deve repetir as metas de déficit, que também constam do texto da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias). A previsão, nesse caso, é de um rombo de quase R$ 66 bilhões.

    Caso a estimativa internamente do governo se confirme, 2023 deve terminar o ano com receitas maiores que suas despesas. O país não registra resultado positivo desde 2013. E para sustentar esse prognóstico otimista, a cúpula da Economia e o Planalto têm dito que o Brasil pode “surpreender” novamente, aos moldes do que está acontecendo neste ano.

    Para 2022, o governo também enviou uma previsão de déficit, mas mantém expectativa de um pequeno superávit caso a arrecadação siga surpreendendo. O orçamento 2023 virou palco de grande negociação política dentro do governo. Ele precisa de ser enviado até o fim deste mês, mas principais balizas já foram acertadas entre o time de Paulo Guedes e o Palácio do Planalto. O governo tem até o dia 31 de agosto para enviá-la ao Congresso.

    Segundo apurou a CNN, o valor reservado para o reajuste ao funcionalismo no próximo ano já está definido: será cerca de R$ 10 bilhões. O governo não pretende definir exatamente a maneira como o dinheiro será usado – se para um reajuste linear a todos os servidores ou para a reestruturação de carreiras específicas.

    Um auxiliar presidencial explica que a ideia é acenar aos servidores com um aumento mais significativo caso a conjuntura permita. Para isso, o governo poderia usar o expediente de parcelar o reajuste, por exemplo.

    O orçamento para 2023 traz ainda a previsão do Auxílio Brasil em R$ 400 mensais e não contempla o aumento da faixa de isenção da tabela do imposto de renda, segundo essas fontes. A proposta mantém também a previsão de corte em tributos federais sobre os combustíveis.

    Para que o documento não se choque com a promessa de campanha de Jair Bolsonaro de manter o benefício no patamar atual, o Auxílio em R$ 600 está previsto para aparecer como um compromisso do governo na mensagem presidencial ao Congresso. O mesmo expediente também é o planejado para ser usado no caso da revisão da tabela do Imposto de Renda.

    Como mostrou a CNN, apesar das declarações de Bolsonaro, a equipe econômica não via como encaixar na peça orçamentária as medidas. Para aumentar de R$ 400 para R$ 600 o Auxílio Brasil são necessários cerca de R$ 55 bilhões a mais. Não há espaço dentro do teto de gastos para isso, de acordo com integrantes da Economia.

    O plano do time de Paulo Guedes é vincular tanto o aumento do Auxílio como a expansão do número de isentos do imposto de renda à reforma tributária. Por isso, ficou acordado com o Palácio do Planalto que ambas as ações devem ser expressas no texto como um compromisso, mas não há previsão de constarem na proposta orçamentária em si.

    O texto prevê, no entanto, dois acenos importantes para o presidente. O primeiro é a manutenção do corte de tributos sobre os combustíveis. Como o aumento do Auxílio Brasil, a medida só vale até o final deste ano. Outra previsão é a de dar reajuste ao funcionalismo.