Governo avalia que PIB de 2024 pode ser afetado se juros não caírem a partir de junho
Equipe econômica considera improvável uma diminuição na próxima reunião do Copom, em maio, mas avalia não haver mais incerteza fiscal que justifique uma taxa de juros de 13,75% ao ano
O governo federal avalia que se o ciclo de queda de juros não tiver início em junho deste ano a previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) para 2024, hoje em 2,3%, pode ser reduzida.
O Palácio do Planalto não considera provável uma diminuição da taxa de juros na reunião de maio do Copom (Comitê de Política Monetária), que hoje está em 13,75% ao ano, mas avalia como possível o início de um ciclo de queda a partir de junho.
Em conversas com a CNN, integrantes da equipe econômica lembram que a redução da taxa Selic tem efeitos no mercado de crédito em um horizonte de 12 a 18 meses. Ou seja, uma diminuição em junho só seria sentida de forma efetiva no segundo semestre do próximo ano.
Na segunda-feira (3), em reunião com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou detalhes da nova regra fiscal, uma tentativa de diminuir a apreensão sobre um cenário, apresentado pela autoridade monetária, de incerteza fiscal.
Para maio, mesmo sem redução da taxa de juros, a expectativa é de que o comunicado do Banco Central seja mais suave, sinalizando o fim do ciclo de manutenção da taxa de juros em 13,75% ao ano.
Nas palavras de um assessor do governo, a definição do Copom deve ter impacto direto nos mercados de capital e de crédito para o ano que vem, além da atividade do mercado do varejo.
A equipe econômica também avalia que o corte da produção de petróleo pela Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), de mais de 6%, não deve causar grande aumento no preço dos combustíveis no país.
A expectativa é de que, em curto prazo, os preços devem se acomodar.