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    Geração distribuída de energia solar já cresceu 39% no Brasil até agosto

    Aquecido pela crise hídrica e possibilidade de financiamentos, setor projeta fechar ano com expansão de 90%

    Stéfano Sallesda CNN , no Rio de Janeiro

    A alta nas contas de energia elétrica, provocada pela crise hídrica enfrentada pelo país, aumentou a busca pela energia solar. A chamada geração distribuída, quando o consumidor é responsável por proporcionar a produção energética, por meio de placas fotovoltaicas, está em crescimento.

    Só até agosto, a capacidade instalada em todo o país cresceu 39,53%, de acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Isto, com quatro meses a serem incorporados no somatório até o fim do ano.

    Até dezembro, o crescimento projetado pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) para o setor é de 90%, passando de 4,4 gigawatts (GW) para 8,3 GW. A entidade entende que o potencial brasileiro para uso dessa fonte de energia renovável é enorme.

    Estudos da associação mostram que, apenas com placas fotovoltaicas instaladas nos telhados das residências, seria possível ampliar toda a matriz energética brasileira (com todas as fontes) em até 94%.

    Diretor-presidente da entidade, Rodrigo Sauaia explica que a medida gera uma série de vantagens ambientais e financeiras, e que a fonte vive um momento de protagonismo internacional por conta das políticas de redução de emissão de carbono, que envolvem uma série de compromissos internacionais assumidos pelos países bem antes da pandemia de Covid-19.

    “É uma fonte muito democrática, que inverte a lógica. O consumidor vira gerador e se protege dos aumentos das bandeiras de escassez, porque não demanda grandes projetos, como termelétricas e biomassa”, afirma.

    “A instalação de um sistema solar em uma casa, um pequeno negócio, dependendo do tamanho, pode ocorrer em um dia, uma semana ou um mês. Atualmente nós temos cerca de 720 mil consumidores que fazem uso da energia solar no Brasil”, diz Sauaia.

    De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a energia solar será responsável por 2,7% da produção energética do Sistema Interligado Nacional (SIN) até o fim do ano.

    Esses números, no entanto, levam em conta apenas a produção das grandes usinas, que jogam energia na rede por meio dos sistemas de transmissão, e não considera os dados da geração distribuída.

    Segundo Sauaia, “um projeto bem dimensionado pode reduzir a conta de luz entre 85% e 90%, no momento do dia em que o sistema está mais estressado: durante o dia. Com um financiamento interessante, a economia com a conta pode ser utilizada para pagar o financiamento pego para fazer a instalação”.

    “Ele costuma ser quitado em cinco ou seis anos, mas o sistema instalado gera energia por pelo menos 25 anos. Além disto, essa energia não congestiona as redes de transmissão, porque é instalada diretamente no local de consumo”, afirma.

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