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    Gasolina tem preço médio de R$ 7,47 com novo aumento da Petrobras, mostra estudo

    ValeCard aponta que valor do combustível já chega a quase R$8 por litro em algumas capitais do país

    Postos de gasolina sobem os preços dos combustíveis após atualização de preços da Petrobras
    Postos de gasolina sobem os preços dos combustíveis após atualização de preços da Petrobras Reprodução/CNN

    Rayane Rochada CNN*

    no Rio de Janeiro

    O brasileiro já paga, em média, R$ 7,471 pelo litro de gasolina. Depois do aumento nas refinarias, anunciado pela Petrobras na última sexta-feira (11), o país registrou alta de 8,14% nas bombas. Os dados são da ValeCard, empresa do segmento de frotas, especializada em pagamentos eletrônicos.

    Com o reajuste, só entre o período de 11 a 13 de março, o país sofreu um acréscimo de R$ 0,56 no preço médio do litro do combustível. A comparação leva em conta os dez primeiros dias do mês, quando o custo para abastecer nos postos era de cerca de R$ 6,909 por litro. Para realizar o levantamento, a companhia avaliou os números de 25 mil estabelecimentos.

    Ao todo, somente dois estados continuam com a tarifa média abaixo dos R$ 7 —São Paulo, com R$ 6,981, e Amapá, com R$ 6,993.

    Por outro lado, em duas capitais, os motoristas já encontram o litro da gasolina a quase R$ 8 na bomba. Em Belém, no Pará, é necessário desembolsar R$ 7,848 a cada litro abastecido. Em Natal, no Rio Grande do Norte, o preço é ainda mais salgado: R$ 7,945.

    Desde que a estatal reajustou os valores, o Acre foi o único estado a registrar queda no preço do combustível, com recuo de 9,21%. Lá, a tarifa média passou de R$ 7,820 para R$ 7,100.

     

    Impacto em cadeia

    Até agora, este é o valor mais caro pago no litro da gasolina pelos brasileiros em 2022. Em janeiro e fevereiro, o gasto médio dos motoristas era, respectivamente, de R$ 6,908 e R$ 6,880 por litro.

    O assessor de renda variável da Acqua-Vero Investimentos, Heitor de Nicola, explica que essas mudanças não pesam apenas no bolso do consumidor final, mas impactam na cadeia produtiva do país. “Esse aumento acaba se refletindo em todo e qualquer produto. Olhando pela nossa perspectiva, a gente fala de um país onde grande parte da carga transportada é feita por meio do modal rodoviário”, lembra.

    Diante dessa dependência econômica, Nicola alerta para os reflexos da decisão da Petrobras no setor de transportes. “Uma gasolina mais cara acaba vindo com reajustes nos fretes. As empresas não vão ficar com esse custo. Assim, elas acabam repassando para o consumidor final. No fim, o preço fica mais caro e a gente fala de mais inflação”, afirma.

    Apesar da conjuntura desfavorável, o especialista ressalta que as despesas elevadas com o combustível não são um problema exclusivo do Brasil.

    “Temos visto, nos Estados Unidos, casos de pessoas furando tanques de combustível de carros para roubar gasolina. É algo no mundo inteiro. Hoje, tem reunião do Comitê de Política Monetário (Copom) e uma do Banco Central dos Estados Unidos (Federal Reserve), o que deve aumentar a taxa de juros tanto lá como aqui. Todo o mundo está sendo afetado por isso”, conclui.

    *Sob supervisão de Stéfano Salles