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    Fraudes contábeis impactaram R$ 1,19 bi no balanço, diz Via Varejo

    A empresa encerrou o quarto trimestre do ano passado com prejuízo contábil de R$ 875 milhões

    Empresas controla gigantes do varejo como Ponto Frio e Casas Bahia (01.jun.2018)
    Empresas controla gigantes do varejo como Ponto Frio e Casas Bahia (01.jun.2018) Foto: Leonardo Benassatto/Reuters

    Reuters

    A Via Varejo encerrou o quarto trimestre do ano passado com prejuízo contábil de R$ 875 milhões, afetado por ajustes não recorrentes de R$ 953 milhões, de acordo com dados disponíveis na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na madrugada desta quinta-feira (26). No último trimestre de 2018, a companhia teve prejuízo de R$ 282 milhões

    Excluindo os ajustes não recorrentes, entre eles contingências de R$ 1,3 bilhão, grande parte ligada à investigação de fraude contábil, a dona das redes Casas Bahia e Ponto Frio teve um lucro operacional de R$ 78 milhões nos últimos quatro meses do ano passado.

    A companhia também comunicou que foram encontradas evidências de fraude contábil em seus resultados após conclusão de investigação independente na esteira de denúncias anônimas recebidas pela Via Varejo em setembro e outubro de 2019.

    Conforme o relatório, houve manipulação da provisão para processos trabalhistas da companhia e diferimento indevido na baixa de ativos e contabilização de passivos fora de suas respectivas competências mensais. Também ocorreram falhas de controles internos resultando em erros nas contas de provisão para processos trabalhistas e depósitos (garantias) judiciais.

    “O valor final apurado dos ajustes às demonstrações financeiras do quatro trimestre de 2019, decorrentes dos achados da Investigação, incluindo efeitos de fraudes, erros e mudanças de estimativa, é de R$ 1,190 bilhão (R$ 786 milhões líquidos de impostos)”, afirmou em fato relevante.

    Desse total, aproximadamente R$ 1,169 bilhão se referem a correção de erros e de mudanças de estimativa no intuito de refletir de maneira mais precisa os riscos da companhia e R$ 20,8 milhões aos efeitos das fraudes identificadas ao longo da investigação.

    DADOS OPERACIONAIS

    No quarto trimestre, a Via Varejo teve receita líquida de R$ 7,6 bilhões, acréscimo de apenas 1,1% frente ao mesmo período do exercício anterior, enquanto a receita bruta cresceu 3,9%, para R$ 8,875 bilhões, com margem bruta de 30,2%, ante 26,5% um ano antes.

    O GMV total, que considera as vendas totais no comércio eletrônico e nas lojas físicas, somou R$ 9,363 bilhões, aumento de 7,3% na comparação ano a ano, sendo que o GMV apenas do e-commerce cresceu 34,9%, para R$ 2,272 bilhões.

    O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado totalizou R$ 605 milhões de outubro a dezembro do ano passado, uma alta de 91,4% frente ao mesmo intervalo de 2018. A margem Ebitda ajustado quase dobrou, de 4,2% para 8%.

    A Via Varejo disse que encerrou o quarto trimestre com caixa líquido ajustado com recebíveis não descontados no total de R$ 2,213 bilhões, contra R$ 4,442 bilhões um ano antes. Desse total, a empresa tinha em caixa e equivalentes de caixa R$ 1,364 bilhão.