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    Franquias tiveram crescimento de 8,8% no primeiro tri do ano, diz associação

    Alta leva o setor ao patamar registrado na pré-pandemia, com crescimento em todos os segmentos analisados

    Nathalie Hanna Alpacada CNN*

    no Rio de Janeiro

    Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) revela que o setor de franquias apresentou um crescimento de 8,8% no primeiro trimestre de 2022 em relação ao mesmo período do ano passado.

    O faturamento, que antes era de R$ 39,881 bilhões, passou para R$ 43,380 bilhões durante este tempo, de acordo com o levantamento. A alta leva o setor ao mesmo patamar do período pré-pandêmico.

    Segundo o presidente da ABF, André Friedheim, o aumento no mercado foi movido por dois fatores: a facilidade de se obter produtos pelas plataformas digitais e a demanda reprimida dos consumidores. Ele enfatiza que o ambiente de negócios está cada vez mais híbrido e isso pode abrir novos caminhos para as redes de franquias.

    “Durante a pandemia, o varejista começou a perceber que ele não dependia apenas do ponto físico para realizar uma venda. A loja em si traz outra experiência e é importante, mas o acesso ao consumidor por meio de outros canais que foram desenvolvidos no meio do isolamento social deu sustentação para o varejo. Isso só vai fazer com que esse novo formato de vendas cresça”, observou.

    Fundada em novembro de 2018, a Royal Face, rede de clínicas de estética e empresa associada à ABF, percebeu esse aumento. O CEO Rodrigo Borelli revela que o crescimento do primeiro trimestre de 2022 da empresa cresceu 35% em faturamento em relação ao mesmo período de 2021.

    Borelli informa que o negócio surgiu para um público que gostaria de realizar os procedimentos, mas que não tinham acesso. Então, com uma pegada mais popular, o CEO conta que o nicho no segmento de estética nasceu.

    “Mesmo com a pandemia, as adversidades e os problemas que ela trouxe para a economia, nós estamos batendo recordes. Só neste mês de maio, vamos bater o recorde da rede de faturamento”, afirmou.

    “Estamos em uma crescente significativa por ser um segmento aquecido. Nessa linha, nossa ideia foi democratizar a estética social. Então pensamos em atingir um público que não tem muito acesso a esse universo. Vínhamos de um setor que não é de moda, é de tendência. Apenas 6% desse mercado é explorado, e isso é muito pouco. Então vemos que existe um oceano azul ainda para ser colocado a prova”, completou.

    Setores em crescimento

    O levantamento indica que, nos três primeiros meses deste ano, a receita aumentou em todos os segmentos elencados pela entidade, mas os que registraram o melhor desempenho deste período foram Moda (13,5%), Saúde, Beleza e Bem-Estar (13,4%), Casa e Construção (9,3), Foodservice (9,1%) e Alimentação — Comércio e Distribuição (7%).

    Os motivos do aumento do setor de moda, conforme diz o estudo, foram causados pela retomada do trabalho, eventos presenciais e outros locais de grande circulação de pessoas, como shopping centers. Os outros citados mantiveram o bom desempenho registrado e foram beneficiados com a flexibilização das medidas de distanciamento social e a digitalização dos negócios.

    Friedheim afirma que o crescimento apresentado é positivo para o mercado e também para a economia. De acordo com ele, a ABF pretende aumentar em 5% o número de empregos gerados no setor, o que corresponde a uma média de 80 mil cargos.

    “Estamos com uma perspectiva boa para este ano. Achamos que o crescimento total de 2022 chegue a 9%. Nós vamos estar rompendo a casa dos R$ 200 bilhões, o que é muito significativo, já que representamos 2,7% do PIB brasileiro. Além disso, pretendemos crescer 7% em número de unidades franqueadas, ou seja, 170 mil lojas no ano que vem e mais 9 mil novas franquias só neste ano”, disse.

    Já os segmentos que mais tiveram destaque no período acumulado de 12 meses, foram a Hotelaria e Turismo, em primeiro lugar, com faturamento 51,5% maior; Entretenimento e Lazer, em segundo, com 31,0%, Moda, em terceiro, com 21,0%; Alimentação – Comércio e Distribuição vem a seguir, com 14,5% de crescimento; Casa e Construção, com 13,9% e Foodservice, com 12,8%, completam a lista.

    O presidente da associação ressalta que já era esperada uma demanda reprimida do mercado, pois era evidenciado o desejo de consumo, que não foi possível por conta da pandemia e com o cenário econômico abalado.

    No entanto, após a flexibilização das medidas restritivas impostas pela Covid-19, Friedheim diz que o momento atual é oportuno para quem tem vontade de aproveitar esses segmentos.

    “O turismo se perdeu muito no início da pandemia. Então esse crescimento se baseia nessa espera. Antes, ninguém viajou porque não podia, mas agora, mesmo com os preços elevados, o público está fazendo isso. Os setores de entretenimento e lazer e hotelaria e turismo demonstraram uma forte recuperação após a reabertura do comércio por conta da demanda reprimida das pessoas”, pontuou.