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    FMI: Isolamento contra coronavírus fará economia global encolher 3% em 2020

    Fundo prevê recuperação parcial em 2021, com a economia mundial crescendo a uma taxa de 5,8%, mas destaca incerteza em projeções

    Logo do Fundo Monetário Internacional (FMI) na sede da instituição, em Washington (EUA) 10/05/2018
    Logo do Fundo Monetário Internacional (FMI) na sede da instituição, em Washington (EUA) 10/05/2018 Foto: Yuri Gripas/Reuters

    A economia global deve encolher 3,0% em 2020, informou o Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta terça-feira (14). O colapso da atividade é impulsionado pelo novo coronavírus e marcará a pior recessão desde a Grande Depressão da década de 1930.

    O FMI, em seu relatório Perspectiva Econômica Global, previu uma recuperação parcial em 2021, com a economia mundial crescendo a uma taxa de 5,8%, mas disse que suas previsões foram marcadas por “extrema incerteza” e que os resultados podem ser muito piores, dependendo da situação da pandemia.

    “Essa recuperação em 2021 é apenas parcial, já que o nível de atividade econômica deve permanecer abaixo do nível que projetamos para 2021, antes do impacto do vírus”, disse a economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, em comunicado.

    Sob o melhor cenário do Fundo, o mundo provavelmente perderá uma produção acumulada de US$ 9 trilhões em dois anos – maior que o PIB combinado da Alemanha e do Japão, acrescentou.

    As previsões do FMI assumem que os surtos do novo coronavírus atingirão o pico na maioria dos países durante o segundo trimestre e desaparecerão na segunda metade do ano, com o fechamento de negócios e outras medidas de contenção gradualmente retiradas.

    Uma pandemia mais longa com duração até o terceiro trimestre pode causar uma contração adicional de 3% em 2020 e uma recuperação mais lenta em 2021, devido aos efeitos “assustadores” das falências e ao prolongado desemprego. Um segundo surto em 2021 que force mais paralisações pode causar uma redução de 5 a 8 pontos percentuais na linha de base do Produto Interno Bruto global previsto para o próximo ano, mantendo o mundo em recessão pelo segundo ano consecutivo.

    “É muito provável que este ano a economia global sofra sua pior recessão desde a Grande Depressão, superando a observada durante a crise financeira global há uma década”, disse o FMI em seu relatório. “O Grande Bloqueio, como se pode chamar, é projetado para diminuir drasticamente o crescimento global.”

    Economias avançadas

    A economia global contraiu 0,7% em 2009 – anteriormente a pior desaceleração desde a década de 1930 – segundo dados do FMI. Em janeiro, antes que a extensão do surto do novo coronavírus dentro e fora da China fosse conhecida, o FMI previu que a economia global cresceria 3,3% em 2020, à medida que as tensões comerciais EUA-China estavam começando a diminuir, com crescimento de 3,4% em 2021.

    As economias avançadas que agora sofrem os piores surtos do vírus sofrerão o impacto da queda da atividade. A economia dos Estados Unidos contrairá 5,9% em 2020, com uma recuperação de 4,7% em 2021, no melhor cenário do FMI.

    As economias da zona do euro contrairão 7,5% em 2020, com a Itália vendo seu PIB cair 9,1%, e contrações de 8,0% na Espanha, 7,0% na Alemanha e 7,2% na França, informou o Fundo. Antes a previsão das economias da área do euro como um todo correspondia ao crescimento previsto para os EUA, de 4,7% em 2021.

    A China, onde o surto do novo coronavírus atingiu o pico no primeiro trimestre e as atividades comerciais estão sendo retomadas com a ajuda de grandes estímulos fiscais e monetários, manterá um crescimento positivo de 1,2% em 2020, uma redução de 6% nas previsões de janeiro do FMI. A economia da China deve crescer 9,2% em 2021, disse o FMI.

    O crescimento do ano fiscal da Índia em 2020 também deverá permanecer em território positivo, mas as economias da América Latina, que ainda estão enfrentando crescentes surtos de coronavírus, sofrerão uma contração de 5,2%.

    O FMI pediu que as linhas de swap de liquidez de bancos centrais fossem estendidas para países de mercados emergentes, que enfrentam um duplo problema de atividade bloqueada e condições financeiras mais severas causadas por uma saída maciça de fundos para ativos seguros, como o Treasury dos EUA.