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    FMI e Moody’s criticam plano fiscal britânico que causou turbulência no mercado

    Rara intervenção do FMI, credor global de última instância, em um país do G7, ressalta a gravidade da situação enfrentada pelo Reino Unido

    Valor da libra e dos títulos britânicos despencou desde sexta-feira, quando o ministro das Finanças apresentou seus planos para impulsionar o crescimento econômico
    Valor da libra e dos títulos britânicos despencou desde sexta-feira, quando o ministro das Finanças apresentou seus planos para impulsionar o crescimento econômico 26/10/2017REUTERS/Dado Ruvic/Ilustração

    Por Andy Bruce e Andrea Shalal, da Reuters

    O Fundo Monetário Internacional (FMI) e a agência de classificação de risco Moody’s aumentaram a pressão sobre o Reino Unido para reverter uma nova estratégia econômica que estava chacoalhando os mercados financeiros pelo quarto dia nesta quarta-feira (28) e provocou crescente alarme sobre o mercado imobiliário do Reino Unido.

    A rara intervenção do FMI, credor global de última instância, em um país do G7, ressalta a gravidade da situação enfrentada pelo Reino Unido.

    O valor da libra e dos títulos britânicos despencou desde sexta-feira, quando o ministro das Finanças, Kwasi Kwarteng, apresentou seus planos para impulsionar o crescimento econômico, forçando o Banco da Inglaterra (BoE) a sinalizar aumento “significativo” das taxas à frente.

    Nas negociações em Londres nesta quarta-feira, a libra caía 0,6%, a US$ 1,0667, os rendimentos dos títulos do governo de 30 anos ultrapassaram 5%, numa máxima em 20 anos, e estrategistas de títulos alertaram que os mercados estavam se tornando quase inegociáveis ​​devido à volatilidade.

    O FMI disse que as propostas, que levaram a libra a uma mínima histórica de US$ 1,0327 na segunda-feira, aumentariam uma crise de credibilidade depois que o governo cortou impostos e aumentou empréstimos no momento em que o BoE eleva as taxas de juros para combater a inflação.

    “Dadas as pressões inflacionárias elevadas em muitos países, incluindo o Reino Unido, não recomendamos pacotes fiscais grandes e não direcionados neste momento, pois é importante que a política fiscal não funcione em oposição à política monetária”, disse um porta-voz do FMI.

    Em um comunicado contundente, a Moody’s disse que grandes cortes de impostos não financiados eram “negativos para o crédito” do Reino Unido e geravam riscos de custos de financiamento estruturalmente mais altos que poderiam enfraquecer a economia.

    O Departamento do Tesouro britânico em 23 de novembro detalhará os planos do governo para cortar a dívida no médio prazo.

    O FMI disse que o plano fiscal a ser anunciado fornecerá uma “oportunidade antecipada para o governo do Reino Unido considerar maneiras de fornecer apoio mais direcionado e reavaliar as medidas tributárias, especialmente aquelas que beneficiam pessoas de alta renda”.