Vale quer direcionar parte de sua produção de níquel para carros elétricos após aporte de fundo saudita
Acordo, que prevê a transferência de parte da Vale Base Metals Limited (VBM), unidade dedicada aos metais de transição energética, para a Manara Minerals, também e deve impulsionar produção de cobre
A Vale projeta um aumento de produção de níquel de 175 quilotoneladas (kt) ao ano para mais de 300 kt após acordo vinculante com a Manara Minerals, uma joint-venture entre a Ma’aden e o Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita (PIF, na sigla em inglês).
O acordo prevê a transferência de parte da Vale Base Metals Limited (VBM), unidade dedicada aos metais de transição energética, para a Manara Minerals.
A produção de cobre também deve ser impactada co aumento das 350 quilotoneladas (kt) ao ano para 900 kt ao ano.
Pelo acordo, a Manara passou a deter 10% da participação da VBM, e outros 3% foram adquiridos pela empresa americana de investimento Engine No. 1. O valor total da operação foi de US$ 3,4 bilhões.
Segundo a companhia afirmou em nota à CNN, a Vale pretende direcionar de 30% a 40% da produção de níquel Classe I para o mercado bateria de veículos elétricos no médio prazo.
“Nossos produtos de níquel são adaptados para atender as necessidades de clientes em diferentes setores e geografias, incluindo aqueles que exigem níquel de alta pureza, bem como a cadeia de fornecimento de baterias para veículos elétricos em rápida evolução”, explicou.
Já a produção de cobre encara um crescimento sólido de longo prazo, segundo a Vale, impulsionado pela industrialização, construção e expansão da infraestrutura da rede elétrica.
A mineradora brasileira avalia que as metas ambiciosas de governos de todo o mundo para a descarbonização, juntamente com a queda dos custos de energia renovável e economia verde, serão cruciais para o uso mais intensivo de cobre em energia renovável e projetos de infraestrutura relacionados a veículos elétricos.
O diretor-executivo da Manara Minerals e CEO da Ma’aden, Robert Wilt, disse em nota para a imprensa que o investimento na mineradora brasileira é um marco importante para a companhia saudita.
“Por meio desse investimento vamos aumentar o fornecimento de minérios estratégicos e permitir que a Arábia Saudita desempenhe um papel crescente nas cadeias globais de fornecimento de transição energética”.
Wilt ainda avalia que o acordo é mais um passo em direção à Visão Saudita 2030, uma estratégia do país para diversificar a economia e reduzir sua dependência em petróleo.
Isso porque a iniciativa apoiará o desenvolvimento industrial local, criará empregos em todo o Reino saudita e fortalecerá a posição do setor de mineração como o terceiro pilar da economia do país.