S&P corta nota de crédito externo da Rússia para “default seletivo”
País poderá passar por seu primeiro calote de dívida externa soberana em mais de um século
A agência de classificação de risco S&P (Standard & Poor’s) reduziu, neste sábado (9), a nota de crédito externo da Rússia para “default seletivo” diante de riscos maiores de que Moscou não consiga honrar compromissos com credores internacionais.
O Ocidente tem condenado a Rússia a ondas de sanções após a invasão da Ucrânia. O país poderá passar por seu primeiro calote de dívida externa soberana em mais de um século depois que fez arranjos para fazer o repagamento de um título internacional de dívida em rublos em vez de dólares.
A S&P afirmou que registrou que a Rússia fez em rublos, na segunda-feira (4), os pagamentos de cupom e do principal de eurobonds denominados em dólares.
“Não esperamos atualmente que os investidores poderão converter estes pagamentos em rublos em dólares nos valores originalmente devidos ou que o governo vá converter estes pagamentos dentro do período de carência de 30 dias”, afirmou a S&P.
As sanções contra a Rússia provavelmente serão aumentadas nas próximas semanas, afirmou a agência, “prejudicando a capacidade técnica da Rússia em honrar os termos e condições de suas obrigações junto aos detentores de bônus estrangeiros”.
A S&P determina um rating de “default seletivo” quando acredita que o devedor tomou medidas para não pagar uma determinada emissão de dívida ou classe de obrigações, mas que vai continuar a cumprir com suas obrigações de pagamento sobre outros títulos.
A Rússia não deu calote sobre sua dívida externa desde a revolução de 1917. Um calote era inimaginável até recentemente, já que o país era considerado grau de investimento até a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro.