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    Se dólar caísse a R$ 5, diesel ficaria 8% mais barato, calcula corretora

    Câmbio está rodando atualmente perto da casa dos R$ 5,60 e puxa preço dos combustíveis para cima no Brasil

    Juliana Elias, , do CNN Brasil Business, em São Paulo

    Uma das principais pressões que estão puxando o preço dos combustíveis para cima nas últimas semanas é o câmbio, já que os valores da gasolina e do diesel no Brasil dependem tanto dos preços do petróleo no mercado internacional quanto da sua conversão do dólar para o real. 

    Como o dólar está rodando perto da casa dos R$ 5,60 atualmente, esta conversão não tem ajudado muito os consumidores no Brasil. 

    Uma análise feita pelo Bradesco BBI, braço de investimentos do banco Bradesco, calcula que, se o país conseguisse trazer a cotação da moeda norte-americana de volta para os R$ 5, o preço do diesel, internamente, já poderia ficar 8% menor, considerado o petróleo mantido nos mesmos preços de hoje.

    O preço do barril, que chegou a tombar a US$ 20 nas bolsas internacionais no ano passado, flutua atualmente entre US$ 65 e US$ 70.

    “Se o Brasil tiver sucesso em manter a taxa de câmbio próxima dos R$ 5, os preços do Brent [tipo de petróleo] poderiam subir até os US$ 75 por barril sem precisar de novos aumentos no preço do diesel, hoje em R$ 2,85 por litro [nas refinarias]”, diz relatório do banco enviado a clientes, assinado pelos analistas Vicente Falanda e Gustavo Sadka.

    “Se o preço do Brent ficar nos níveis de US$ 65 a US$ 70, isso permitiria um corte de US$ 0,20 por litro, ou cerca de 8%.”

    Alta dos juros pode ajudar um pouco

    De acordo com os analistas, um aumento na Selic, a taxa básica de juros do país, é uma das forças que podem ajudar nessa redução do dólar. Quanto maior os juros, maiores as remunerações da renda fixa no país, e mais os capitais estrangeiros tendem a entrar em busca de investimentos. Com mais dólar  no mercado, a tendência é seu valor cair.

    O relatório ressalva, porém, que a crise fiscal do país, que está com dívida e gastos altos, também tem colaborado para afastar investimentos estrangeiros e pode reduzir os impactos de um eventual aumento dos juros sobre o câmbio. Isto significa que o Banco Central teria que subir a Selic ainda mais para conseguir levar a cotação de volta para os R$ 5. 

    “O Brasil deve começar o aumento [de juros] em breve”, diz o texto. “Desta vez vez, a situação fiscal atual deve ser levada em consideração, e a resposta do câmbio aos juros pode não ser tão acentuada quanto o esperado. Entretanto, com a potencial aprovação de reformas no Congresso, alguns impactos positivos podem acontecer.”

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