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    Riscos estão mais equilibrados, mas decisão sobre juros em junho não é clara, diz Powell

    Presidente do Fed afirmou que entidade agora tomará decisões "reunião a reunião"

    Reuters Por Howard Schneider, da Reuters

    O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell, disse nesta sexta-feira (19) que ainda não está claro se a taxa básica de juros dos Estados Unidos precisará subir ainda mais diante da incerteza sobre o impacto de aumentos anteriores nos custos de empréstimos e o recente aperto do crédito bancário.

    Em comentários cuidadosamente preparados para uma conferência de pesquisa do Fed, Powell reiterou que a instituição agora tomará decisões “reunião a reunião”, mas também sinalizou que, após um ano de incrementos agressivos nos juros, “pode se dar ao luxo de olhar para os dados e as perspectivas em evolução para fazer avaliações cuidadosas”.

    “Enfrentamos incertezas sobre os efeitos defasados de nosso aperto monetário até agora e sobre a extensão do aperto de crédito devido aos recentes estresses bancários”, afirmou Powell.

    “Portanto, hoje, nossa orientação se limita a identificar os fatores que monitoramos enquanto avaliamos até que ponto o endurecimento adicional da política monetária pode ser apropriado para retornar a inflação para 2%”.

    “Os riscos de fazer a mais ou a menos estão se tornando mais equilibrados e nossa política é ajustada para refletir isso”, disse Powell.

    Antes da reunião de 13 e 14 de junho “não tomamos nenhuma decisão sobre até onde o aperto adicional da política monetária será apropriado”, complementou.

    As autoridades dos EUA ainda receberão dados importantes sobre emprego e inflação nas próximas semanas que podem influenciar o debate do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed.

    Powell disse sentir que os dados até agora “sustentam a visão do comitê de que reduzir a inflação levará algum tempo”.

    Ele destacou, por exemplo, que alguns dos fatores que podem manter a inflação elevada, como o mercado de trabalho apertado, ainda não perderam força –particularmente no setor de serviços, onde a alta dos preços se mostra mais persistente.

    Independentemente dos dados, é improvável que o Fed aumente a taxa de juros se um impasse político sobre o teto da dívida federal dos EUA permanecer sem solução. Se o resultado for um calote real da dívida do país, o banco central pode até ser pressionado a tomar medidas emergenciais para aliviar o fardo da economia.

    Mesmo assim, a discussão do Fed agora permanece em tons de cinza após mais de um ano de forte consenso em torno da necessidade de aumentar rapidamente a taxa básica de juros para desacelerar um surto de inflação.

    Esta semana, algumas autoridades do Fed pediram uma pausa na alta dos juros, outras pressionaram por mais aumentos e, no caso do diretor e indicado a vice-presidente da instituição, Philip Jefferson, a escolha por um caminho intermediário citando riscos de ambos os lados sem nenhuma recomendação clara.

    O presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, capturou o clima nesta semana, quando disse que, embora estivesse “inclinado” a manter a taxa de juros estável na reunião de junho, mesmo essa decisão não diria muito sobre o futuro.

    “Eu diria que era uma pausa, mas uma pausa pode ser uma ‘escapada’ ou pode ser uma espera”, disse Bostic. “Há muita incerteza no mundo. Teremos apenas que ver como as coisas acontecem e ter uma noção do que é sinal verdadeiro e do que é ruído, e isso será uma coisa semana a semana.”

    O aumento de 0,25 ponto percentual aprovado pelo Fed neste mês foi o décimo seguido desde março de 2022, e elevou a taxa básica de juros para a faixa de 5% — 5,25%, nível que a maioria das autoridades indicou que seria o ponto de parada.

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