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    Rendimento de até 1% ao mês: saiba se flats como renda extra mensal valem a pena

    Investimento inicial é relativamente menor ante imóvel tradicional, mas concentrar valor alto em um único ativo é risco a ser avaliado, dizem especialistas

    Vinícius Silvacolaboração para o CNN Brasil Business , em São Paulo

    Enquanto o IFIX, índice de referência de fundos imobiliários na Bolsa, acumula queda de cerca de 10% neste ano, agentes do mercado levantam o investimento em flats como uma possibilidade que alia a tradição brasileira em comprar imóveis, com uma renda de até 1% ao mês.

    Apesar de semelhantes, os flats possuem características diferentes de um imóvel tradicional. O giro dos inquilinos é maior, já que eles podem ficar dias ou poucos meses no local, e o investimento inicial é relativamente menor, podendo sair a partir de R$ 150 mil.

    Além disso, os proprietários dos flats, que normalmente são um pouco maiores que um quarto de hotel e dispõe de facilidades oferecidas nesse tipo de empreendimento, podem optar por colocá-los em um pool de locação — em que a administração é feita por uma gestora especializada ou rede de hotel — ou por locação direta.

    Para citar alguns exemplos recentes, a Só Flats, empresa especializada nesse tipo de ativo, oferece um flat em um prédio com a bandeira de um hotel em Joinville (SC) pelo valor de R$ 220 mil com renda média mensal de R$ 1.500, ou seja, 0,68% de rendimento ao mês.

    Outro flat em um imóvel localizado em São Paulo promete uma rentabilidade de 0,7% ao mês, com investimento inicial de R$ 410 mil.

    Em alguns casos, contudo, como o aluguel é variável e depende da demanda nos locais, ele pode chegar a 1% ao mês. Por isso, a procura por flats como investimento neste ano subiu cerca de 40% em relação ao ano passado, auge da crise causada pela Covid-19, segundo fontes do mercado de flats.

    Valorização (ou não) do imóvel nos anos seguintes

    Para Johnny Mendes, professor de economia da Faap, o interessado em adquirir um imóvel desse tipo para obter uma renda extra mensal e contínua pode analisar outros ativos, como produtos de renda fixa, que voltaram a ser atrativos com a alta da taxa básica de juros (Selic) ou mesmo os FIIs.

    “O investidor do flat deve levar em consideração a valorização do imóvel nos próximos anos. Há riscos de o valor do imóvel não subir o suficiente para garantir um ganho da opção de renda fixa que você tem hoje. Se você consegue o mesmo rendimento de 1% ao mês, é para pensar com carinho nas opções de renda fixa”, disse.

    Para Caio Castro, sócio da gestora RBR, apesar de o IFIX acumular uma forte queda no ano, os fundos imobiliários ainda levam vantagem em relação à tributação e à diversificação dos imóveis.

    “Se você investir R$ 500 mil em um flat, você está concentrando todo o seu risco em um imóvel, um ativo, e se precisar de R$ 50 mil, você precisa vender o imóvel inteiro. Agora, se são R$ 500 mil aplicados em FIIs, você vende R$ 50 mil em cotas, só aquilo que você precisa”, afirmou.

    “Outra diferença é a gestão do ativo. Se o inquilino sair, você tem que colocar para alugar e fazer as reformas necessárias. Além disso, há o benefício fiscal dos FIIs, que são isentos de IR, coisa que o recebimento do flat não tem”, disse.

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