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    Rendimento da poupança muda com nova Selic; veja se é hora de trocar estratégia

    Quando a taxa básica de juros ultrapassa 8,5%, ela volta a render pela regra antiga, de 0,5% ao mês mais TR

    Vinícius Silvacolaboração para o CNN Brasil Business em São Paulo

    Em meio à disparada da inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou novamente a taxa básica de juros, a Selic, a 9,25% ao ano. A mudança traz alterações na regra da poupança.

    Quando a taxa básica de juros está igual ou abaixo de 8,5% ao ano, a poupança rende 70% da Selic mais a variação da TR (Taxa Referencial), que hoje está zerada, o que dá cerca de 0,44% ao mês. Já quando a Selic ultrapassa 8,5%, ela volta a render pela regra antiga, de 0,5% ao mês mais TR.

    Apesar da alta, quem gosta desse tipo de investimento não precisa sacar o que investiu nos últimos anos para reinvestir agora, com uma taxa mais favorável.

    Segundo Mario Cezar Oliveira, educador financeiro da Abefin (Associação Brasileira de Educadores Financeiros), todo o montante aplicado na poupança, com o aumento da Selic, deve render 0,5% ao mês mais TR.

    “A regra é aplicada para todos os depósitos a partir de 2012. Então, não é necessário tirar o depósito e reaplicar”, disse.

    Para ele, apesar do maior rendimento, a poupança continua com menor atratividade do que outros produtos de renda fixa. Os pontos a favor desse investimento são outros.

    “A poupança tem segurança e praticidade. Então, não é o foco da rentabilidade até porque, pensando em rentabilidade real, a poupança já traz uma rentabilidade negativa”, afirmou.

    Poupança continuará perdendo

    De acordo com Simone Pasianotto, economista-chefe da Reag Investimentos, apesar da alteração na regra de rentabilidade da poupança no Brasil, ela continuará perdendo para a inflação e, também, permanecerá menos interessante do que outros investimentos, como Tesouro Direto ou CDBs.

    “Mesmo que a remuneração da poupança aumente um pouco, existem outros produtos de renda fixa mais interessantes no que diz respeito à rentabilidade esperada. Ou seja, a caderneta ainda ficaria atrás de títulos como Tesouro Selic ou CDBs, dependendo da remuneração destes”, disse.

    Segundo a economista, a poupança ainda perde nominalmente para a inflação, que já chega a mais de 10% nos últimos doze meses. Por isso, o investidor precisa procurar produtos com maiores rendimentos para se proteger dessa alta dos preços.

    “Mesmo com uma remuneração um pouco maior, a poupança continua perdendo para a inflação. De acordo com dados da consultoria Economática, nos últimos 12 meses, a rentabilidade da poupança, descontada a inflação acumulada de 10,67%, foi negativa em 7,59%, o que seria a pior rentabilidade em termos reais da caderneta de poupança nas últimas três décadas”, afirmou.

    Banco Central estuda mudar regra da poupança

    O Banco Central estuda mudar a regra de correção da caderneta de poupança, de acordo com o presidente da instituição, Roberto Campos Neto. Ele não deu detalhes de como seria essa alteração, mas a ideia é deixar a poupança mais próxima dos juros dos financiamentos imobiliários.

    A mudança é uma reivindicação antiga de participantes do setor imobiliário, cuja principal fonte de recursos vem da poupança.

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