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    Presidente da Evergrande vende US$ 1 bi em ativos pessoais para ajudar empresa

    Dinheiro injetado por Xu Jiayin foi usado para pagar salários de funcionários e juros de dívidas, segundo mídia estatal

    Laura Heda CNN*

    O presidente da Evergrande, Xu Jiayin, vendeu mais de 7 bilhões de yuans (US$ 1,1 bilhão) em ativos pessoais para sustentar sua empresa em meio à crise que ela enfrenta, informou a mídia estatal chinesa nesta semana.

    Xu vendeu várias casas em Hong Kong, Guangzhou e Shenzhen, bem como alguns jatos particulares, informou a mídia estatal China Business News na terça-feira (16), citando fontes anônimas ligadas ao assunto.

    O dinheiro, que Xu tem injetado na Evergrande desde o início de julho, foi usado para “manter as operações básicas de seu enorme império empresarial”, relatou o jornal, acrescentando que a quantia tem sido usada para pagar salários de funcionários e pagamentos de juros sobre alguns títulos e dinheiro devido a investidores em seu produto patrimonial. O dinheiro também foi usado para finalizar projetos imobiliários em toda a China.

    “Até agora, Xu Jiayin tem levantado dinheiro pessoalmente para manter a vida da Evergrande”, escreveu o meio de comunicação. A empresa não respondeu imediatamente a um pedido de comentário do CNN Business sobre o relatório.

    As ações da empresa subiram até 4,3% em Hong Kong na manhã desta quarta-feira (17), embora à tarde elas tivessem reduzido os ganhos e subido 1,1%. No acumulado do ano, o ativo caiu 80%.

    A Evergrande tem tentado se desfazer de ativos para evitar inadimplências enquanto enfrenta passivos de dívidas de mais de US$ 300 bilhões, mas seus esforços têm tido um sucesso misto.

    No final de setembro, a empresa anunciou que venderia uma participação de US$ 1,5 bilhão no Shengjing Bank, com sede em Shenyang, para uma empresa estatal de gestão de ativos.

    Mas, no mês passado, ela cancelou um plano de vender uma participação majoritária em sua unidade de administração de propriedades por US$ 2,6 bilhões para a rival Hopson Development Holdings. Ambas as empresas disseram que não chegaram a um acordo sobre os termos do negócio.

    As especulações sobre o papel de Xu em manter a empresa funcionando aumentaram. A Bloomberg, por exemplo, informou no final do mês passado – citando fontes anônimas – que as autoridades chinesas disseram a Xu para usar seu patrimônio pessoal para pagar as dívidas da empresa.

    Presumivelmente, Xu não pode fazer muito. Sua riqueza pessoal está avaliada em cerca de US$ 7,9 bilhões, de acordo com o Índice Bloomberg Billionaires – muito menos do que as centenas de bilhões de dólares que Evergrande carrega em dívidas.

    Até agora, porém, a empresa parece ter evitado o calote em qualquer um de seus títulos offshore negociados publicamente, pagando juros vencidos antes que os períodos de carência expirassem para cada uma dessas obrigações.

    Ela tem outro prazo se aproximando para o pagamento em atraso de um título denominado em dólares. O período de carência de 30 dias para esse título expira em 29 de novembro, de acordo com a Eikon Refinitiv.

    Preocupações mais amplas com dívidas

    Outras incorporadoras chinesas também sofreram com a continuidade dos problemas de dívida da Evergrande, com suas ações e títulos caindo e as agências de classificação emitindo mais rebaixamentos.

    O setor imobiliário da China vem sofrendo com uma campanha do governo para conter o endividamento excessivo, iniciada no ano passado.

    A S&P Global Ratings rebaixou na terça-feira a classificação de crédito do China Aoyuan Group, um grande desenvolvedor com sede em Guangzhou.

    A agência de classificação disse que a Aoyuan pode não ter caixa suficiente para o pagamento de dívidas e pode enfrentar uma crise de liquidez em breve, já que suas vendas de propriedades despencaram e os vencimentos de suas dívidas devem se acumular em 2022.

    A mudança na classificação seguiu movimentos semelhantes da Fitch Ratings e Moody’s, que rebaixaram a Aoyuan devido ao aumento dos riscos de liquidez enfrentados pela empresa.

    As ações da China Aoyuan, que são negociadas em Hong Kong, despencaram mais de 30% no mês passado.

    A Fitch Ratings também rebaixou ainda mais a classificação de crédito da problemática construtora Kaisa Group para “C” de “CCC-“, uma vez que acredita que a empresa perdeu o pagamento de juros sobre vários títulos denominados em dólares com vencimento no início deste mês. As ações da Kaisa foram suspensas das negociações em Hong Kong desde o início deste mês.

    Vários outras incorporadoras também estão à beira do precipício, com a Fantasia Holdings, com sede em Shenzhen, e a Modern Land, com sede em Pequim, tendo recentemente perdido o pagamento de títulos ou empréstimos.

    *(Texto traduzido. Clique aqui para ler o original, em inglês)

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