Plataforma de cripto Bitso estreia no varejo no país e é avaliada em US$ 2,2 bi
Criada em 2014 e com sede no México, a Bitso, que opera com as criptomoedas bitcoin e ether, estreou no Brasil no final de 2020
A plataforma de criptoativos Bitso anunciou nesta quarta-feira (5) que recebeu um aporte de US$ 250 milhões, tornando-a numa das startups mais valiosas da América Latina, no momento em que inicia suas operações de varejo no Brasil.
A rodada, que avalia a Bitso em US$ 2,2 bilhões, é liderada por Tiger Global e tem participação de fundos como Coatue, Valor Capital, Kaszek, QED e Pantera. Essas últimas três já haviam investido US$ 62 milhões na plataforma em dezembro junto com a Coinbase, bolsa de criptomoedas avaliada em quase US$ 100 bilhões em sua estreia na Nasdaq em abril.
Criada em 2014 e com sede no México, a Bitso, que opera com as criptomoedas bitcoin e ether, estreou no Brasil no final de 2020, inicialmente atendendo investidores institucionais.
A companhia buscou apoio do escritório de advocacia Pinheiro Neto, que nos últimos anos se notabilizou pelo trabalho com empresas financeiras de base tecnológica dentro de um escopo regulatório em transformação.
Com a estreia no varejo no Brasil, a companhia planeja tornar o Brasil seu principal mercado, ampliando fortemente sua base de clientes, hoje de cerca de 2 milhões de pessoas, sobretudo no México e na Argentina.
Segundo o principal executivo da Bitso no Brasil, Marcos Jarne, os recursos serão usados para desenvolver novos produtos, que podem eventualmente incluir distribuição de fundos, além de incentivar o uso das criptomoedas para pagamentos.
“Nosso objetivo é tornar os criptoativos úteis na vida das pessoas”, afirmou Jarne à Reuters, declinando de revelar metas de volume sob custódia e de clientes no Brasil.
Uma campanha de divulgação da marca começará a circular em breve nas redes sociais, primeiro para pessoas que já conhecem criptomoedas, depois para o grande público.
Ao mesmo tempo em que têm ganhado popularidade em alguns mercados, as criptomoedas são ativos ainda bastante voláteis e enfrentam forte oposição em alguns países e reguladores, que as associam a lavagem de dinheiro.
Como parte do esforço para ganhar reputação num cenário em que as moedas virtuais ainda são ativos sem regulação de órgãos como o Banco Central, empresas ligadas a esses ativos têm gradualmente se associado a organizações internacionais para ganharem interlocução com mais públicos.
A Bitso, por exemplo, é regulada pela Comissão de Serviços Financeiros de Gibraltar (GFSC, na sigla em inglês), que faz parte da organização internacional de reguladores de valores mobiliários (Iosco), órgão que reúne os reguladores do mercado de capitais de vários países. Além disso, a empresa vai oferecer seguro contra roubos de carteiras de certos criptoativos, como o bitcoin, o mais conhecido deles.