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    Percepção é de que fiscal não está melhorando tanto, diz Campos Neto

    O chefe da autoridade reforçou que para o BC trabalhar com juros baixos e ter eficiência em suas ações, é preciso fortalecer mensagem de credibilidade fiscal

    Anna Russi, da CNN, , Em Brasília

     O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, admitiu que notícias dos novos projetos do governo federal, como a PEC dos precatórios e o Auxílio Brasil -que substituirá o Bolsa Família -, têm preocupado os agentes econômicos.

    “Esses temas geraram um ruído e os agentes econômicos mudaram a percepção de que o fiscal estava melhorando para uma percepção, ou pelo menos um risco, de que o fiscal não está melhorando tanto”, comentou em participação no 4ª Encontro Folha Business, nesta sexta-feira (13).

    O chefe da autoridade monetária reforçou que para o BC trabalhar com juros baixos e ter eficiência em suas ações, é preciso fortalecer a mensagem de credibilidade fiscal do país. “No mundo emergente, sustentabilidade é interpretado como sustentabilidade fiscal”.

    Mais uma vez, ele expressou preocupação com relação a uma pressão inflacionária global. Ele destacou, dentro desse movimento, a inflação mobiliária, a qual acredita que se manifestará mais fortemente nos Estados Unidos em breve, e a inflação verde, consequência da corrida de países para alcançar a economia verde.

    Ainda na visão do presidente do BC, a crise hídrica no Brasil já foi precificada nas projeções da inflação, não devendo trazer novas surpresas nos próximos meses.

    “O mercado é bastante rápido nos ajustes e, quando pensamos em reprecificar as bandeiras (tarifa de energia), acho que esse ajuste já foi feito. Já tem, hoje, um embutido de grande parte da crise hídrica. Pode piorar? pode, especialmente quando dependemos de fatores climáticos. Mas entendo que, olhando hoje, isso já está bem precificado”, avaliou.

    Vacinação e crescimento

    Após destacar que o Brasil ultrapassou o número, em porcentagem da população, de vacinados com a primeira dose ante os Estados Unidos, Campos Neto avalia que a baixa rejeição à vacina no Brasil também ajudará o país a acelerar a retomada econômica sustentável e atrair investimentos.

    “Muito em breve, passaremos os EUA com população vacinada com duas doses. […] Acho que com a proliferação das vacinas e a estratégia de diversifica as vacinas, não estaremos mais falando, em breve, se a vacina está disponível – óbvio que isso ainda é um problema -, mas da rejeição à vacina. Os países que tiverem rejeição mais alta terão percentual de vacinados menor. Nesse ponto o Brasil vai bem, já que nossa rejeição é de 6%, sendo que em outros países é acima de 8%”, argumentou.

    Segundo ele, a estratégia utilizada pelo governo, de gastar com as medidas feitas no combate a pandemia, foi “boa para atenuar o crescimento e ajudar com uma recuperação mais rápida”. No entanto, o plano não será suficiente para garantir um bom crescimento estrutural.”Pelo contrário, se você se endivida mais, é provável que seu crescimento estrutural será prejudicado mais para frente”, alertou.

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