Países avançados encontram juros baixos para custear medidas anti-Covid
Economista Otávio Canuto diz que, apesar do reaquecimento das principais economias do mundo ser positivo, o Brasil precisa ficar atento às mudanças no mercado
No encontro do G7 – grupo dos países mais industrializados do mundo, composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido – foi acordado entre os países membros a continuidade da política de expansão dos gastos como meio de mitigar os efeitos da pandemia nos países.
Segundo o economista Otaviano Canuto, a decisão vem na esteira de uma percepção já antiga de que países “avançados” poderiam ser mais ousados em suas políticas fiscais, medida que foi utilizada para conter os efeitos da pandemia nas economias e que deve continuar para os próximos anos.
“Há muito tempo existe a percepção de que a política fiscal em países avançados estava abaixo do que seria possível. Na Europa, na Alemanha e França poderiam se dar ao luxo de políticas fiscais mais expansivas, assim como os Estados Unidos,” explica Canuto.
“Esses países conseguem se endividar mais facilmente, pois há pessoas que querem comprar seus títulos de dívida. Caso isso acontecesse no Brasil, teríamos que oferecer títulos a juros mais altos para conseguir compradores.”
O economista diz que apesar de o reaquecimento das principais economias do mundo ser positivo, o Brasil precisa ficar atento às mudanças no mercado. “Um maior dinamismo nas economias desses países é bom para comércio, mas preocupante para o financeiro, pois cria risco de elevação de juros.”