Norte-americanos perderam meio trilhão de dólares em riqueza no início de 2022
Declínio no primeiro trimestre reflete a queda no mercado de ações no início deste ano
A riqueza dos norte-americanos despencou no início deste ano com a queda do mercado de ações.
O patrimônio líquido de famílias e organizações sem fins lucrativos caiu US$ 0,5 trilhão para US$ 149,3 trilhões no primeiro trimestre, segundo dados do Federal Reserve divulgados nesta quinta-feira (9).
Essa é uma reviravolta notável em relação aos robustos ganhos de riqueza que começaram em meados de 2020, alimentados pela disparada dos preços das casas e das ações.
O declínio no primeiro trimestre reflete a queda no mercado de ações no início deste ano, que cortou US$ 3 trilhões do valor das ações corporativas detidas direta e indiretamente. O valor total dessas participações foi de US$ 46,3 trilhões no primeiro trimestre, tornando-se um dos maiores ativos das famílias.
O Dow Jones e o S&P 500 caíram quase 5% nos primeiros três meses, enquanto o Nasdaq despencou quase 9%. Foi o pior desempenho trimestral para os mercados desde o primeiro trimestre de 2020, quando a pandemia de Covid-19 derrubou a economia dos EUA.
Pesam no mercado este ano a invasão da Ucrânia pela Rússia, o aumento dos preços do petróleo, a inflação em alta, os aumentos das taxas de juros pelo Federal Reserve e a preocupação contínua com a pandemia de Covid-19.
Mas o declínio nas ações foi parcialmente compensado por um aumento de US$ 1,7 trilhão no valor dos imóveis e uma alta taxa contínua de poupança pessoal, disse o Fed.
Famílias e organizações sem fins lucrativos detinham US$ 44,1 trilhões em ativos imobiliários. O património líquido das famílias em relação ao rendimento disponível manteve-se próximo do seu recorde e continua muito acima do seu nível pré-pandemia em 2019.
Enquanto isso, a dívida das famílias cresceu a um ritmo anual de 8,3%, refletindo o forte crescimento em hipotecas residenciais e crédito ao consumidor, disse o Fed. O aumento contínuo dos preços das casas levou a um aumento de 8,6% na dívida hipotecária.
Os americanos também tomaram mais empréstimos em seus cartões de crédito e fizeram mais empréstimos para automóveis, levando o crédito ao consumidor a saltar 8,7%.