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    Nath Finanças fala da ‘Fortune’ e quer mais conteúdos para povo de baixa renda

    Influencer foi eleita como uma das 50 maiores líderes do mundo pela revista americana "Fortune"

    Aline Macedo, da CNN Brasil Business, em São Paulo*

    Um ano atrás, Nathália Rodrigues, de 22 anos, não fazia a menor ideia de como sua vida estaria hoje, cerca de um mês após ser considerada uma das 50 maiores líderes do mundo pela revista americana “Fortune”. 

    Nascida e criada em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, Nath Finanças –como ficou conhecida na internet– nunca conversou muito sobre dinheiro com os pais e começou a se interessar por finanças pessoais quando já estava na faculdade. 

    Há dois anos, resolveu fazer um canal no Youtube direcionado a pessoas que raramente são procuradas para falar de dinheiro: quem ganha pouco. Sua popularidade ganhou corpo no início do ano passado, depois que ela virou meme com publicações que fazia no Twitter, fazendo seu canal de vídeos bater mais de 240 mil inscritos. 

    No início, Nath cuidava de tudo sozinha, desde a criação dos conteúdos até a edição dos vídeos. Com o sucesso, ela precisou formar uma equipe, mesmo em meio à crise sanitária e econômica pela qual passava (e ainda passa) o país. Contratou seu primeiro funcionário no ano passado, para fazer a edição de seus vídeos. Hoje, a equipe é formada por 15 pessoas.

    No início deste ano, lançou um livro: “Orçamento sem falhas”, e diz que já chegou ao seu primeiro milhão. Foi, sem dúvidas, um ano cheio. Ao CNN Brasil Business, a influencer contou sobre como recebeu a notícia de estar entre os líderes mais notados e falou sobre o futuro. Confira abaixo.

    Você já havia se imaginado em uma lista como essa? 

    Quando mandaram o e-mail, eu não acreditei. Fiquei pensando muito no fato de ser a única brasileira. Foi algo surpreendente, estar entre as maiores líderes em meio a tantas pessoas importantes. Me deixou muito feliz.

    Em meio a tantas conquistas, quais foram as mais importantes? 

    A minha conquista mais marcante foi pagar a faculdade da minha mãe e aposentá-la. A faculdade sempre foi um sonho para ela, e o fato de ter conseguido dar o que ela mais queria foi uma das coisas mais importantes que realizei.

    A segunda foi terminar a faculdade, o que não foi fácil. Houve dias em que eu e os meus amigos tivemos de juntar as moedas para comprar um salgadinho para servir como janta, porque a faculdade era das 18h às 22h30. Então, sem dúvida, essa foi a minha grande conquista de 2020.

    Como tem administrado sua empresa em meio à pandemia? 

    Confesso que não está sendo fácil. É muita responsabilidade contratar alguém no momento, com esse mundo de incertezas. Mas o que eu fiz foi organizar o faturamento da empresa para uma reserva de emergência de um ano do salário dos funcionários, dos impostos que eu pago todo o mês e das despesas do dia a dia.

    É comum ver pessoas cometendo excessos financeiros guiados pela frase “eu mereço”. Você também tem esses momentos? Qual é o seu excesso?

    O meu excesso é de comida. Por mim, todo o final de semana eu acho que tenho que parar de cozinhar e comer alguma coisa gostosa enquanto tomo uma boa cerveja.

    Mas eu reservo em torno de R$ 50 a R$ 60 por semana para os meus excessos, porque, afinal, “eu mereço”. Não trabalho só para pagar boletos, preciso de um lazer.

    Até os excessos têm que estar dentro do orçamento, porque, se eu não me programo e digo “não vou gastar”, na primeira oportunidade eu vou acabar gastando até mais do que eu poderia. Por isso, é extremamente importante se organizar.

    Quais são seus planos para o futuro? 

    Quero mais pessoas criando conteúdos em formatos diferentes para o povo de baixa renda. Meu objetivo é ajudar e investir em negócios de periferias, de mulheres e homens negros que fazem esse tipo de conteúdo, mas não têm dinheiro.

    Isso é o que acontece com a gente [pessoas negras]: não temos acesso ao crédito, enquanto a burguesia consegue acesso de forma mais fácil e muito mais rápida. Quero fortalecer esse mercado de empreendedores.

    * Sob supervisão de Ligia Tuon e Maria Carolina Abe

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